São Paulo, quinta-feira, 03 de junho de 2010

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Parlamento turco cobra desculpas de Israel

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Parlamento da Turquia aprovou ontem declaração que pressiona Israel a pedir desculpas pelo ataque à frota, indenizar as vítimas e levar responsáveis à Justiça.
Foi o mais recente episódio da escalada de tensão entre os países desde a ação.
O ataque atingiu Ancara porque a ONG financiadora da frota é turca, bem como a maioria dos ativistas a bordo.
Inicialmente, os políticos turcos queriam aprovar sanções militares e econômicas ao Estado judaico.
Diante do risco de agravar as tensões, porém, os governistas trabalharam para conter a ideia e conseguiram que o texto só exigisse que o governo promovesse sanções e a busca por reparação perante autoridades judiciárias nacionais e internacionais.
No dia do ataque, a Turquia anunciou a retirada de seu embaixador em Israel e cancelou planos de exercícios militares conjuntos.
Por telefone, o premiê turco, Recep Tayyp Erdogan, disse a Barack Obama que Israel corria o risco de perder seu "único amigo" na região.
O próximo passo deverá ser do Ministério da Justiça, que estuda processar Israel, segundo a agência semioficial turca Anatolia.
Moderada, a Turquia é, há anos, relevante parceira comercial de Israel na região e um de seus raros interlocutores no mundo islâmico.
Ontem, pelo terceiro dia, a capital Ancara teve protestos anti-Israel que reuniram centenas de pessoas. Pontos judaicos tiveram a segurança reforçada, segundo o ministro do Interior, Besir Atalay.
Só em Istambul existem 20 pontos vigiados, inclusive sinagogas e centros judaicos.
Israel já pediu aos seus diplomatas que fiquem preparados para deixar a Turquia.
Em entrevista, o chanceler turco, Ahmet Davutoglu, ressaltou que os turcos judeus "não são estrangeiros".
Contudo, ele aumentou a pressão ao relacionar o fim do bloqueio a Gaza à normalização das relações.

EGITO
A disputa diplomática melhorou a imagem da Turquia na região. Também no sentido de evitar crítica pelo apoio a Israel, o Egito ontem manteve aberta a passagem fronteiriça de Rafah, que liga o país à faixa de Gaza.
Pelo posto, o único fora do controle de Israel, 300 palestinos saíram ontem, e uma carga de cobertores, tendas e 13 geradores elétricos entrou.


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