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Crise econômica não detém gasto militar no mundo
Aumento foi de 5,9% em 2009; em crescimento absoluto, Brasil lidera na América do Sul; Venezuela reduz despesas em 25%
DO RIO
Apesar de a economia
mundial ter encolhido 0,6%
no ano passado, os gastos
militares cresceram 5,9% no
período, afirma o relatório
anual do Sipri (Instituto Internacional de Pesquisas da
Paz de Estocolmo).
Desde 2000, a verba para
defesa em todo o mundo aumentou 49%, chegando a
US$ 1,531 trilhão, equivalente ao PIB do Brasil.
Os EUA mantêm a liderança dos gastos, com 43% do
total global e aumento de
75,8% nos últimos dez anos.
O Sipri não vê tendência
de redução: "O objetivo de
garantir a dominância dos
EUA em todo o espectro das
capacidades militares, para
guerras convencionais e assimétricas, não mudou".
Na América do Sul, o Brasil
teve o maior aumento absoluto de gasto militar, no valor
de US$ 3,8 bilhões, chegando a US$ 26,1 bilhões (16%
sobre 2008).
Como para a maioria dos
171 países analisados no relatório, a soma brasileira inclui
o pagamento do pessoal da
ativa e dos pensionistas das
Forças Armadas.
O Sipri não fala em "corrida armamentista" no subcontinente, mas nota que
Uruguai (24%), Equador
(18%) e Colômbia (11%) também aumentaram despesas.
Depois de incrementar
seus gastos até 2008, com a
compra de armas russas, a
Venezuela fez o maior corte
das Américas: 25%.
Em termos relativos, a Colômbia lidera na América do
Sul, seguida do Chile, com
orçamentos militares superiores a 3% do PIB. No Brasil,
o percentual é de 1,7%.
Mas o Sipri enquadra o
Brasil na mesma categoria de
países como Índia e China,
que não passaram por recessão e aumentaram seu gasto
bélico em 13% e 15%, respectivamente.
"O aumento tanto para os
EUA (...) quanto para outras
potências grandes e intermediárias, como Brasil, China,
Rússia e Índia, parece representar uma escolha estratégica na busca de longo prazo
por influência global e regional", diz o relatório.
(CLAUDIA ANTUNES)
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