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Chávez anuncia prisão de acusado
por ataques terroristas em Cuba
Presidente venezuelano volta a ameaçar TV oposicionista
FLÁVIA MARREIRO
DE CARACAS
O presidente venezuelano,
Hugo Chávez, anunciou ontem a prisão, em Caracas, do
salvadorenho Francisco Chávez Abarca, que constava da
lista de procurados da Interpol por seus supostos vínculos com atentados a bomba
em Cuba nos anos 90.
Em cadeia de rádio e TV,
Chávez afirmou que o salvadorenho foi preso anteontem
no aeroporto quando tentava
entrar no país com passaporte falso. O venezuelano acusou a oposição de conspirar
com o acusado de terrorismo
para matá-lo. "Caiu Chávez,
sim, mas eu não", afirmou.
Chávez Abarca é acusado
de ligações com o cubano naturalizado venezuelano Luis
Posada Carriles. Posada foi
condenado na Venezuela e
no Panamá por atentados em
Cuba -o mais sangrento foi a
explosão de um avião que
matou 73 pessoas em 1976-
e vive em Miami. Caracas e
Havana pedem a extradição.
O presidente venezuelano
também usou a transmissão
para mais uma vez ameaçar
tomar o controle da TV Globovisión, de aberta oposição
ao governo, devido a processos contra dois dos sócios.
O presidente da TV, Guillermo Zuloaga, e um dos
maiores acionistas da emissora, Nelson Mezerhane, estão foragidos e têm ordem de
captura internacional.
Zuloaga é acusado de
"usura genérica" por supostamente ter ocultado veículos em casa para especular
no mercado. Mezerhane é
acusado de participar de supostas fraudes que levaram o
governo a intervir no banco
do qual era presidente.
O venezuelano ainda defendeu seu governo no "escândalo da comida vencida"
-o achado de ao menos 70
mil toneladas de alimentos
importados fora do prazo de
validade. Chávez leu a acusação contra três ex-dirigentes
da PDVAL, a estatal importadora, e disse que na oposição
há "podridão moral".
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