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SEGURANÇA NO AR
Corte ordena que Chatty, de origem tunisiana, fique preso; em 96, ele fez curso de pilotagem nos EUA
Sueco é acusado de tentar sequestrar avião
DA REDAÇÃO
O sueco de origem tunisiana Kerim Sadok Chatty, 29, preso na semana passada tentando embarcar com uma arma num vôo que ia de Estocolmo a Londres, foi ontem formalmente acusado de tentar sequestrar o avião.
A corte que julga o seu caso na Suécia decidiu que ele permanecerá preso por pelo menos mais duas semanas, para dar tempo aos investigadores encontrarem
provas de sua suposta ligação com grupos terroristas.
O promotor Thomas Haggstrom disse que, se fosse solto,
Chatty poderia tentar fugir e destruir provas. A pena máxima, se
condenado, é de prisão perpétua.
Fontes dos serviços de inteligência europeus disseram que o
acusado planejava tomar o comando da aeronave e derrubá-la
sobre uma embaixada dos EUA
na Europa. Essa informação foi
negada por uma alta autoridade
policial sueca. "Não tenho provas
sobre planos de derrubar o
avião", disse Haggstrom.
Aulas de pilotagem
As desconfianças sobre a possível ligação de Chatty com atividades como as realizadas por membros da rede terrorista Al Qaeda
em 11 de setembro aumentaram
quando as autoridades descobriram que o sueco frequentou uma
escola de pilotagem de aviões na
Carolina do Sul, nos EUA.
No sábado, agentes do FBI visitaram a escola, na cidade de Conway. Segundo o seu diretor, Robert Sunday, ele começou a tomar
aulas em setembro de 1996, mas
foi afastado poucos meses mais
tarde porque era um aluno fraco.
Pelo menos três dos sequestradores dos jatos usados nos atentados em Nova York e Washington
estudaram em escolas de aviação
nos EUA. Isso ocorreu, porém,
em 2000. Segundo investigadores
da Alemanha, o plano de usar
aviões como mísseis provavelmente não foi concebido antes de
1999 -anos depois das aulas de
pilotagem de Chatty.
O advogado de defesa, Nils Uggla, disse ontem no tribunal que o
seu cliente se pronunciava inocente de todas as acusações menos a de porte ilegal de arma.
Afirmou, porém, que Chatty
não tinha a intenção de usar a arma, encontrada com a ajuda de
uma máquina de raios X, para
praticar um sequestro.
Segundo o advogado, ele estaria
sendo injustamente suspeito de
terrorismo por ser muçulmano e
em razão do momento da sua detenção: dias antes do primeiro
aniversário do 11 de setembro,
quando as forças de segurança estão em máximo alerta para evitar
novos atentados.
Na quinta-feira, o sueco levava
um revólver em sua sacola de mão
quando tentava embarcar num
vôo da Ryanair no aeroporto de
Vasteras, perto de Estocolmo.
Ele fazia parte de um grupo de
20 passageiros que viajava para
participar de uma conferência islâmica em Birmingham, no Reino
Unido. Nenhum outro suspeito
foi preso.
Filho de pai tunisiano e mãe
sueca, Chatty pratica musculação
e artes marciais e possui ficha na
polícia de Estocolmo por porte de
arma ilegal, dirigir embriagado,
roubo e agressão. Em 1999, foi
condenado a um ano de prisão
após agredir um fuzileiro naval
americano que trabalhava na Embaixada dos EUA na Suécia.
Desde aquele ano, ele passou a se dedicar a estudos islâmicos, seguido ensinamentos ortodoxos salafitas (uma das correntes do islã). Viajou para estudar no Iêmen em 2000 e, pouco após o 11 de setembro, teria feito peregrinação a Meca, na Arábia Saudita.
Com agências internacionais
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