São Paulo, terça-feira, 03 de setembro de 2002

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ORIENTE MÉDIO

Entre 150 e 200 integrantes da rede terrorista se refugiaram em campo de refugiados palestinos, segundo "Haaretz"

Líbano abriga Al Qaeda, diz jornal israelense

DA REDAÇÃO

Entre 150 e 200 integrantes da rede terrorista Al Qaeda, incluindo vários comandantes, se refugiaram em um campo de refugiados palestinos do Líbano com a permissão da Síria, que controla o país, afirmou o jornal israelense "Haaretz".
Uma fonte de segurança do Líbano, que não quis se identificar, negou que membros da Al Qaeda estivessem no campo de refugiados. Segundo essa fonte, entre 10 e 15 militantes islâmicos se escondem das autoridades libanesas no local. Os militares estariam envolvidos em choques recentes que resultaram na morte de nove soldados libaneses.
Zeev Schiff, especialista em assuntos militares, escreveu ontem no "Haaretz" que Damasco permitiu que entre 150 e 200 membros da Al Qaeda se refugiassem no campo de refugiados palestinos de Ein al Hilweh, perto da cidade de Sidon. A informação vem de serviços secretos israelenses e de outros países.
O grupo incluiria comandantes que viajaram do Afeganistão, através da Síria e do Irã, segundo o jornal.
Raanan Gissin, conselheiro do primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, não confirmou o relato, mas disse que vários grupos extremistas estão baseados em Damasco. "Era apenas uma questão de tempo antes que a Al Qaeda encontrasse um refúgio em Damasco, da mesma forma como fazem outras organizações", afirmou Gissin.
No mês passado, houve choques no campo de refugiados de Ein al Hilweh. Autoridades no campo de refugiados disseram que os choques se deram entre grupos extremistas palestinos e militantes libaneses que estavam se escondendo de agentes de segurança. O "Haaretz" afirma, porém, que os confrontos aconteceram quando integrantes da Al Qaeda tentaram controlar o campo, onde vivem cerca de 75 mil refugiados palestinos e seus descendentes. A polícia libanesa dificilmente entra no local.
O filho do terrorista saudita Osama bin Laden, Omar, e sua mãe, Nagwa, viviam na Síria até três semanas antes dos atentados contra o World Trade Center, em Nova York, e o Pentágono, nos arredores de Washington. À época, eles receberam instruções para deixar o país, segundo o jornal.
O "Haaretz" disse que o filho de Bin Laden voltou à Síria pelo menos três vezes depois de 11 de setembro, mas ele não estaria mais no país agora, de acordo com o diário israelense.

Fim de ataques
O ministro do Interior palestino exortou ontem os palestinos a pôr fim aos ataques contra israelenses e a optar por uma resistência civil na Intifada (levante palestino contra a ocupação israelense de Gaza e Cisjordânia), iniciada em setembro de 2000.
"Qualquer ato de resistência que se caracteriza pela violência, como usar armas ou até pedras, é prejudicial. Apelo por uma resistência civil", afirmou o moderado Abdel Razzak al Yahya.
Em Rai, aldeia perto de Nablus (Cisjordânia), moradores disseram que soldados teriam forçado uma palestina a pedir a rendição de seu irmão. Quando ela lhe disse, em um alto-falante, que os soldados iam destruir sua casa, ele apareceu e se entregou, segundo os moradores. Os soldados israelenses removeram os explosivos e deixaram a aldeia com o palestino. O Exército de Israel não comentou o caso.


Com agências internacionais


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