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Especialista
vê afronta à
Constituição
GUSTAVO HENNEMANN
DA REDAÇÃO
O terceiro mandato presidencial é "inconstitucional, alheio às tradições colombianas" e há "duas razões fundamentais" para a
Corte Constitucional se
posicionar contrária ao referendo que abriria caminho à nova reeleição de Álvaro Uribe, segundo o presidente do Colégio de Advogados da Colômbia
(equivalente à OAB), Saúl
Emir Ramírez Quesada.
Em entrevista à Folha,
Quesada disse que a Corte
provavelmente irá barrar
o referendo aprovado pela
Câmara dos Representantes porque, ao avalizar a
primeira reeleição em
2004, "disse claramente
que um terceiro mandato
afetaria o equilíbrio dos
poderes públicos e o fundamento da Constituição
gravemente".
O segundo motivo é o
fato de os recursos orçamentários para realizar a
coleta de assinaturas
-primeiro passo para
convocar o referendo- terem excedido o limite estabelecido em lei, o que
compromete a tramitação
do projeto, segundo ele,
que diz não acreditar nas
especulações de que Uribe
tem "a Corte na mão".
O advogado também
abordou a controvérsia
acerca do prazo para o
anúncio da candidatura
do presidente ao pleito de
2010 (30 de novembro).
A dúvida é se Uribe pode
ou não apresentar-se como candidato sem que a
possibilidade do terceiro
mandato esteja prevista
em lei -o que situacionistas admitem, e opositores
refutam.
Segundo Quesada, ninguém tem isso claro, nem
mesmo o governo, que está constituindo uma equipe de advogados para estudar se o resultado do referendo pode ou não ter
efeito retroativo.
"Eu penso que, se o povo decide aprovar [o terceiro mandato] após a data [limite para anúncio da
candidatura], devemos
entender que a norma deve ser aplicada [apenas]
para candidatos-presidentes no futuro", diz Quesada, para quem três mandatos consecutivos comprometem a independência
entre os Poderes.
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