|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Justiça chilena dá início à prisão
de 131 ex-agentes da ditadura
Processos envolvem homicídio e sequestro nas Operações Condor e Colombo
DA REDAÇÃO
A Justiça chilena começou
ontem a prender 131 ex-militares e policiais, processados por
homicídio e sequestro cometidos durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), na
maior leva de detenções no país
por crimes cometidos na época.
Os ex-agentes integraram a
Direção Nacional de Inteligência (Dina), órgão repressor da
ditadura, e estão sendo processados como coautores de crimes em três casos emblemáticos: a Operação Condor -esquema de repressão política
promovido por ditaduras sul-americanas, incluindo a brasileira-, a Operação Colombo,
na qual 119 opositores do regime Pinochet foram sequestrados e assassinados, e o Rua
Conferencia, episódio em que
morreram 13 dirigentes do Partido Comunista.
As investigações duram mais
de uma década, e o próprio Pinochet chegou a ser processado
e preso por envolvimento na
Operação Colombo, em 2005,
mas morreu no ano seguinte
sem ser condenado. Calcula-se
que 3.000 pessoas tenham
morrido durante a ditadura.
O juiz Víctor Montiglio, que
se ocupa do caso desde 2006,
emitira, anteontem, as ordens
de prisão aos 131 ex-agentes
-entre eles marinheiros, funcionários da Força Aérea, carcereiros, policiais, oficiais e suboficiais do Exército. A metade
deles nunca havia sido processada antes.
As detenções começaram ontem e devem prosseguir entre
hoje e amanhã. Há outros 20
ex-agentes presos, e a Justiça
chilena mantém abertas, no total, investigações contra 500
militares aposentados.
Os juiz poderá anistiar alguns deles com base em lei de
anistia criada por Pinochet para crimes cometidos entre 1973
e 1978. A Justiça definiu que
primeiro investigará, e, ao emitir as sentenças, decidirá pela
aplicação ou não da anistia.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Declaração de Arias sobre pleito surpreende Brasil Próximo Texto: Degelo: EUA e Cuba negociam para restabelecer contato postal Índice
|