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Atentado mata o número dois da Inteligência afegã
Ataque suicida deixa ao menos 22 mortos e 52 feridos em mesquita no leste do país
Abdullah Laghmani era aliado do presidente Hamid Karzai, que busca reeleição e lidera a contagem de votos após pleito do mês passado
DA REDAÇÃO
Um ataque suicida contra um
comboio de autoridades em
Mehterlam, no leste do Afeganistão, matou 22 pessoas, entre
elas o número dois do Serviço
de Inteligência afegão.
O atentado ocorre em meio a
uma escalada da tensão ligada
às eleições presidenciais do
mês passado e em um contexto
marcado pelo fortalecimento
do Taleban, que assumiu a autoria do ataque.
O grupo ultrarradical vem
orquestrando sua maior ofensiva desde que foi derrubado do
poder na invasão americana de
2001, sob a acusação de abrigar
terroristas da Al Qaeda.
O ataque de ontem, ocorrido
numa região considerada menos violenta que as demais, foi
lançado quando uma delegação
oficial encerrava uma visita a
uma mesquita devido ao Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos. O homem-bomba se explodiu ao lado dos carros da comitiva de funcionários.
O ataque, segundo admitiu o
Taleban, visava Abdullah Laghmani, diretor-adjunto do poderoso Escritório Nacional de Segurança, responsável pela espionagem interna e homem de
confiança do presidente Hamid
Karzai, que busca a reeleição.
Além de Laghmani, morreram 17 civis e quatro representantes dos governos nacional e
regional. Ao menos 52 pessoas
ficaram feridas no atentado, o
segundo mais violento desde o
pleito de 20 de agosto, que o Taleban prometera sabotar.
Os resultados das eleições
presidenciais estão sendo divulgados a conta-gotas, e os dados definitivos só serão anunciados após 17 de setembro.
Pelos últimos números da
contagem parcial, divulgados
ontem, Karzai mantém a liderança. Ele aparece com 47,3%
dos votos, ante 32,6% de seu
principal rival, o ex-chanceler
Abdullah Abdullah.
Os números são considerados baixos para Karzai, que espera a maioria absoluta para
evitar um segundo turno. Já foram apuradas pouco mais de
60% das urnas, em meio a centenas de acusações de fraude
em favor do atual presidente.
A deterioração da situação
levou o governo do americano
Barack Obama a rever sua estratégia para o Afeganistão.
Além dos 21 mil americanos
adicionais que ele pretende enviar ao país, onde já operam 100
mil militares estrangeiros,
Obama quer substituir 14 mil
soldados de apoio por homens
de combate.
Com agências internacionais
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