São Paulo, quinta-feira, 03 de setembro de 2009

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Atentado mata o número dois da Inteligência afegã

Ataque suicida deixa ao menos 22 mortos e 52 feridos em mesquita no leste do país

Abdullah Laghmani era aliado do presidente Hamid Karzai, que busca reeleição e lidera a contagem de votos após pleito do mês passado


DA REDAÇÃO

Um ataque suicida contra um comboio de autoridades em Mehterlam, no leste do Afeganistão, matou 22 pessoas, entre elas o número dois do Serviço de Inteligência afegão.
O atentado ocorre em meio a uma escalada da tensão ligada às eleições presidenciais do mês passado e em um contexto marcado pelo fortalecimento do Taleban, que assumiu a autoria do ataque.
O grupo ultrarradical vem orquestrando sua maior ofensiva desde que foi derrubado do poder na invasão americana de 2001, sob a acusação de abrigar terroristas da Al Qaeda.
O ataque de ontem, ocorrido numa região considerada menos violenta que as demais, foi lançado quando uma delegação oficial encerrava uma visita a uma mesquita devido ao Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos. O homem-bomba se explodiu ao lado dos carros da comitiva de funcionários.
O ataque, segundo admitiu o Taleban, visava Abdullah Laghmani, diretor-adjunto do poderoso Escritório Nacional de Segurança, responsável pela espionagem interna e homem de confiança do presidente Hamid Karzai, que busca a reeleição.
Além de Laghmani, morreram 17 civis e quatro representantes dos governos nacional e regional. Ao menos 52 pessoas ficaram feridas no atentado, o segundo mais violento desde o pleito de 20 de agosto, que o Taleban prometera sabotar.
Os resultados das eleições presidenciais estão sendo divulgados a conta-gotas, e os dados definitivos só serão anunciados após 17 de setembro.
Pelos últimos números da contagem parcial, divulgados ontem, Karzai mantém a liderança. Ele aparece com 47,3% dos votos, ante 32,6% de seu principal rival, o ex-chanceler Abdullah Abdullah.
Os números são considerados baixos para Karzai, que espera a maioria absoluta para evitar um segundo turno. Já foram apuradas pouco mais de 60% das urnas, em meio a centenas de acusações de fraude em favor do atual presidente.
A deterioração da situação levou o governo do americano Barack Obama a rever sua estratégia para o Afeganistão. Além dos 21 mil americanos adicionais que ele pretende enviar ao país, onde já operam 100 mil militares estrangeiros, Obama quer substituir 14 mil soldados de apoio por homens de combate.

Com agências internacionais



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