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Bush tem US$ 24,8 mi a menos que
Kerry para a eventual recontagem
DA REDAÇÃO
Se a eleição for decidida pelo Judiciário de novo, o presidente
George W. Bush terá uma desvantagem inicial de US$ 24,8 milhões
em relação ao democrata John
Kerry para dar início à batalha judicial por recontagem de votos,
de acordo com estudo publicado
pelo Centro por Integridade Pública, entidade de Washington
que, entre outras coisas, monitora
campanhas eleitorais nos EUA.
"Há muito mais dinheiro reservado para eventuais recontagens
desta vez. Isso ocorre porque ambas as partes são muito mais cuidadosas do que em 2000, buscando guardar fundos para qualquer
ação litigiosa pós-eleitoral. Afinal,
elas sabem que a vitória de Bush
na recontagem só custou US$ 13,8
milhões em 2000", afirmou à Folha Alex Knott, autor do estudo.
De fato, na eleição que opôs
Bush a Al Gore, o republicano teve US$ 13,8 milhões para atividades relacionadas à recontagem de
votos, enquanto o democrata só
despendeu US$ 3,46 milhões,
conforme dados compilados pelo
Centro por Integridade Pública.
Segundo a Comissão Eleitoral
Federal (CEF), os candidatos têm
o direito de utilizar os fundos que
sobraram da campanha para as
primárias em atividades ligadas à
recontagem dos votos, o que, no
caso de Kerry, representa pouco
menos de US$ 45 milhões. Os cofres da campanha de Bush só têm
pouco mais de US$ 16 milhões.
Somando-se o montante que
cada comitê de campanha reservou para ser gasto com custos
contábeis e judicias, os democratas contam com US$ 51,6 milhões
para eventuais despesas legais
pós-eleitorais, e os republicanos
possuem US$ 26,8 milhões, de
acordo com dados oficiais.
"Por conta do clima contencioso da eleição deste ano, há boas
chances de que haja muitas ações
judiciais. Ambos os partidos já
têm milhares de advogados a postos para contestar quaisquer supostas irregularidades, e a vantagem financeira inicial de Kerry
deverá lhe dar mais margem de
manobra", avaliou Knott.
Ele lembrou, contudo, que a
vantagem de Kerry poderá esvair-se rapidamente, pois a CEF "decidiu, na semana passada, que os
candidatos poderão receber doações individuais ilimitadas" para
atividades legais pós-eleitorais.
"Antes, doações individuais não
podiam ultrapassar US$ 2.000.
Como isso mudou, indivíduos
poderão ter real influência sobre
uma eventual batalha judicial. Alguém poderia doar US$ 1 milhão
a Bush amanhã [hoje] ou ainda o
megainvestidor George Soros poderia dar US$ 1 bilhão aos democratas, o que alongaria a disputa
no Judiciário. Afinal, quanto mais
dinheiro possui um candidato,
maiores são suas possibilidades
de entrar com diferentes ações na
Justiça", explicou Knott.
(MÁRCIO SENNE DE MORAES)
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