São Paulo, sexta-feira, 03 de dezembro de 2004

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Brasil vê manobra para "melar" reforma

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Para o Itamaraty, a declaração da Argentina e do Paquistão a favor da ampliação só de assentos não-permanentes do Conselho de Segurança da ONU tem um peso muito pequeno, pois a maioria dos países quer o aumento também das vagas permanentes.
"A grande maioria deseja a ampliação tanto dos membros permanentes quanto dos não-permanentes, como está claro na atual Assembléia Geral da ONU. Só uma minoria é contra", disse o porta-voz do Itamaraty, ministro Ricardo Neiva Tavares.
O Brasil reage com certo desdém à declaração de Buenos Aires, com dois itens em desacordo com a posição brasileira: a defesa apenas do aumento das vagas não-permanentes e que decisões da ONU sejam por consenso.
Para o Brasil, nem Argentina nem Paquistão têm chance de ter vaga permanente e tentam "melar o jogo" dos vizinhos e rivais históricos, candidatos às vagas.
Em sua campanha, o Brasil já tem apoio público de Paraguai, Uruguai, Bolívia, Peru, Chile, Equador e Venezuela, de todos os países de língua portuguesa da África e da própria África do Sul, de Índia, China e Japão e até da distante Austrália, entre outros.
São contrários à ampliação das vagas permanentes, entre outros, a Itália, que não quer a entrada da Alemanha, o México e a Argentina, que tentam impedir a ida do Brasil, e o Paquistão, que teme a escolha da Índia. Os EUA procuram não apoiar nenhum país especificamente, para não se indispor com os vizinhos candidatos.
À parte da nota de Argentina e Paquistão pedindo decisões da ONU por consenso, o Brasil reagiu com ironia: o quórum atual de dois terços é difícil mas factível; consenso seria impossível.


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