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Brasil vê manobra para "melar" reforma
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para o Itamaraty, a declaração
da Argentina e do Paquistão a favor da ampliação só de assentos
não-permanentes do Conselho de
Segurança da ONU tem um peso
muito pequeno, pois a maioria
dos países quer o aumento também das vagas permanentes.
"A grande maioria deseja a ampliação tanto dos membros permanentes quanto dos não-permanentes, como está claro na
atual Assembléia Geral da ONU.
Só uma minoria é contra", disse o
porta-voz do Itamaraty, ministro
Ricardo Neiva Tavares.
O Brasil reage com certo desdém à declaração de Buenos Aires, com dois itens em desacordo
com a posição brasileira: a defesa
apenas do aumento das vagas
não-permanentes e que decisões
da ONU sejam por consenso.
Para o Brasil, nem Argentina
nem Paquistão têm chance de ter
vaga permanente e tentam "melar
o jogo" dos vizinhos e rivais históricos, candidatos às vagas.
Em sua campanha, o Brasil já
tem apoio público de Paraguai,
Uruguai, Bolívia, Peru, Chile,
Equador e Venezuela, de todos os
países de língua portuguesa da
África e da própria África do Sul,
de Índia, China e Japão e até da
distante Austrália, entre outros.
São contrários à ampliação das
vagas permanentes, entre outros,
a Itália, que não quer a entrada da
Alemanha, o México e a Argentina, que tentam impedir a ida do
Brasil, e o Paquistão, que teme a
escolha da Índia. Os EUA procuram não apoiar nenhum país especificamente, para não se indispor com os vizinhos candidatos.
À parte da nota de Argentina e
Paquistão pedindo decisões da
ONU por consenso, o Brasil reagiu com ironia: o quórum atual de
dois terços é difícil mas factível;
consenso seria impossível.
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