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Raúl Castro propõe diálogo com os EUA para "normalizar relações"
Fidel não comparece ao desfile que comemora guerrilha e seu 80º aniversário
DA REDAÇÃO
Raúl Castro, que substitui interinamente no governo de Cuba seu irmão Fidel, propôs ontem aos EUA que as divergências mútuas sejam resolvidas
"numa mesa de negociações".
Ditador desde 1959, Fidel está gravemente enfermo, sem
que se conheçam em detalhes
os problemas que o afastaram
do governo e da direção comunista no final de julho para a
realização de uma cirurgia no
intestino.
Ele não participou ontem do
desfile militar em Havana que
comemorava ao mesmo tempo
seus 80 anos e o 50º aniversário
do desembarque do grupo de
guerrilheiros que conquistaria
o poder naquela ilha.
Seus partidários esperavam
que Fidel estivesse ontem no
palanque da cerimônia, embora ele não tenha aparecido em
público desde a cirurgia a que
se submeteu na tentativa, segundo rumores, de extirpar um
tumor cancerígeno.
O ditador fez aniversário em
13 de agosto, mas as comemorações foram postergadas, na
esperança de que a melhora de
seu estado permitisse sua participação.
Raúl Castro, segundo a France Presse, impôs condições para levar adiante a proposta de
resolver diplomaticamente as
divergências com Washington.
"Está claro que isso ocorrerá
se eles [os EUA] aceitarem nossa condição de país que não tolera dúvidas quanto a sua independência, e que as negociações tenham como base os
princípios de igualdade, reciprocidade, não-ingerência e
respeito mútuo."
Washington e Havana não
mantêm relações diplomáticas,
e há 45 anos Cuba está submetida a um embargo comercial.
O governo Bush, tão logo Fidel adoeceu, disse que voltaria
a dialogar caso a ditadura cubana desse os primeiros passos
para a construção de uma sociedade aberta e pluralista. Não
é essa, no entanto, a intenção
dos dirigentes comunistas, a
quem os analistas atribuem no
máximo a intenção de aberturas econômica -a exemplo da
China-, sem pôr fim ao regime
fechado de partido único.
Raúl Castro tem mantido nos
últimos quatro meses um estilo
discreto. Os cubanos comuns o
têm visto pouco, exceto por vislumbres de seu comboio de novas BMWs ou por uma campanha anticorrupção que levou à
prisão gerentes de estatais.
Com agências internacionais
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