DA FRANCE PRESSE

A trégua política vigente na Bolívia voltou a ficar ameaçada nos últimos dias depois que governadores oposicionistas anunciaram a retomada dos protestos em reação às recentes prisões de líderes cívicos por La Paz. A oposição acusa o governo de perseguir adversários.
A primeira medida, anunciada para hoje, é uma paralisação de 24 horas convocada pelo comitê cívico do departamento de Tarija, cujo líder está preso desde segunda. Responsável por 60% do gás produzido no país, Tarija é governado por Mario Cossío, que esteve à frente da aproximação com La Paz após os conflitos de setembro.
O governador do departamento de Santa Cruz e principal líder opositor, Rubén Costas, chamou de "atropelos" do governo Evo Morales as prisões de líderes cívicos. Costas prometeu ações conjuntas com Cossío e Savina Cuéllar, governadora de Chuquisaca, e não descartou convocar protestos e uma paralisação como a de Tarija.
Mais de 20 pessoas já foram presas, incluindo o governador de Pando, Leopoldo Fernández, e três líderes da União Juvenil Cruzenha. Fernández é acusado pelas mortes de ao menos 18 camponeses em massacre no dia 11 de setembro.
A crise boliviana tem origem nas divergências entre La Paz e a oposição em temas como a distribuição de impostos do gás, autonomias departamentais e nova Constituição. Em outubro, após negociações entre as partes, o Congresso aprovou para janeiro a convocação do referendo sobre a Carta.


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