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AMÉRICA LATINA
Moderados acham possível confirmar assinaturas para obter referendo contra Chávez, mas radicais desistem
Após revés, oposição venezuelana se divide
DA REDAÇÃO
Os protestos contra o governo
prosseguiram na Venezuela ontem, com os opositores divergindo sobre qual o caminho a seguir
após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ter decidido que o número de assinaturas recolhidas
pela oposição consideradas válidas é insuficiente para a convocação do referendo para decidir se o
presidente Hugo Chávez deve
permanecer ou não no poder até
o fim de seu mandato, em 2006.
Segundo a Constituição, o referendo poderia ser convocado apenas se a oposição recolhesse 2,4
milhões de assinaturas. Os opositores dizem ter apresentado mais
de 3 milhões. Porém o CNE, de
maioria chavista, reconheceu como válidas apenas 1,8 milhão. Para conseguir levar adiante o referendo, os opositores precisariam
da confirmação de mais de 600
mil assinaturas até o fim do mês.
Os opositores mais moderados
acham que a saída mais viável é
seguir adiante com o processo de
referendo, tentando confirmar as
assinaturas necessárias. "Isso é
possível? Sim. Mas é muito difícil.
Exige organização, motivação e
desejo de vencer; Acredito que
podemos conseguir", escreveu o
colunista opositor Jorge Olavarria, no diário "El Nacional".
Já os integrantes mais radicais
da oposição declaram ter desistido de levar adiante o processo de
convocação do referendo. Para
eles, qualquer iniciativa nesse
sentido será minada por Chávez.
A maior parte afirma que a desobediência pacífica é a única opção. "Depois do roubo de mais de
1 milhão de assinaturas, nós pedimos às pessoas que permaneçam
protestando pacificamente", afirmou o líder opositor Antonio Ledezma. "Não há espaço para a negociação", acrescentou Henrique
Romer, outro líder opositor.
O governo chavista recebeu o
resultado do CNE como uma vitória. "O terceiro golpe, que a
oposição tentava manipular por
meio da convocação do referendo, praticamente fracassou", disse o vice-presidente José Vicente
Rangel.
"Pretendia-se utilizar o referendo para reatualizar o formato golpista do 12 de abril [quando Chávez foi deposto por 48 horas] e dezembro de 2002 [mês no qual teve
início uma greve de 63 dias que
buscava derrubar o presidente]."
O secretário-assistente de Estado dos EUA Roger Noriega afirmou à comissão de relações internacionais do Senado americano
que as ações "antidemocráticas"
de Chávez são as responsáveis pela crise na Venezuela.
A morte de dois opositores na
noite de terça em protestos da
oposição contra a decisão do CNE
elevou para sete o total de vítimas
desde o início das manifestações,
na sexta-feira passada.
Com agências internacionais
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