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Ataque a seleção de críquete realça violência no Paquistão
Time do Sri Lanka é alvejado a caminho do estádio; 6 policiais e um motorista morreram
Jogadores feridos passam bem; radicais muçulmanos são principais suspeitos do atentado, que visou esporte mais popular da região
DA REDAÇÃO
Homens armados com metralhadoras e granadas atacaram o comboio da seleção do
Sri Lanka de críquete, esporte
mais popular do sul da Ásia,
quando chegava ao principal
estádio de Lahore, no Paquistão. Seis policiais foram mortos
ao reagir ao ataque, que matou
também um motorista. Sete jogadores, um árbitro e o técnico
assistente ficaram feridos. Eles
não correm risco de morte.
O Paquistão está "em um estado de guerra", afirmou o ministro do Interior, Rehman
Malik, que prometeu perseguir
os terroristas. Os agressores,
entre 12 e 14 jovens, fugiram
depois da ofensiva, frustrada
após o conflito com a escolta
policial. Na fuga, deixaram mochilas com munição, granadas,
lança-granadas e walk-talks.
O motorista do ônibus, Mohammad Khalil, acelerou enquanto rajadas de metralhadora perfuravam o veículo, conduzindo o time para o estádio
Gaddafi, onde milhares de torcedores aguardavam o início do
jogo, às 9h locais. Outro ônibus,
que levava juízes, também foi
alvejado. "O motorista morreu
diante dos nossos olhos", contou o árbitro Steve Davis.
"Investigamos a possibilidade de que os terroristas quisessem sequestrar o ônibus e levá-lo a um prédio próximo para
criar drama", afirmou Malik.
"O modo como vieram preparados e em grande número indica este plano."
O ataque "humilhou o país",
declarou o premiê Yousuf Raza
Gilani. O time do Sri Lanka era
o primeiro a jogar no Paquistão
em 14 meses, após cancelamentos de jogos internacionais por
motivos de segurança. "O pior é
que todos os temores dos times
estrangeiros estavam certos",
disse Javed Miandad, ex-capitão da seleção paquistanesa.
O chefe de polícia de Lahore,
Haji Habibur Rehman, descreveu os agressores como rapazes
na faixa dos 20 anos, barbados e
de "aparência pashtun" (povo
que habita a volátil área da
fronteira com o Afeganistão).
A TV Geo, maior rede paquistanesa, afirma que o governo do
Punjab havia sido alertado sobre a possibilidade do ataque. A
cosmopolita capital estadual
vinha sendo relativamente
imune à onda de atentados que
assola o país desde 2007.
Para o governador Salman
Taseer, a ação do grupo, bem
armado e militaramente treinado, remete à ofensiva de
Mumbai, que aterrorizou a cidade indiana em novembro e
deixou mais de 160 mortos. Investigações confirmaram o elo
do grupo de origem paquistanesa Lashkar-e-Taiba com os
ataques a Mumbai.
As investigações sobre o ataque de Lahore ainda estão em
fase preliminar, segundo autoridades locais. A atuação dos
Tigres Tâmeis, grupo que luta
pela independência das regiões
de minoria tâmil no Sri Lanka,
é considerada improvável.
O presidente cingalês, Mahinda Rajapaksa, interrompeu
viagem ao Nepal após o atentado, que provocou comoção no
país. "É um dia triste para todos
nós", disse Rajapaksa, em Colombo. Os atletas deixaram o
estádio em helicópteros e voltaram ao Sri Lanka na noite de
ontem, após receberem atendimento médico.
Com o ataque, o maior contra
atletas internacionais desde a
morte de 11 israelenses na
Olimpíada de Munique, em
1972, ruiu a crença de que a popularidade do críquete o protegeria no subcontinente indiano, pondo em xeque o plano de
realizar o campeonato mundial
de 2011 no Paquistão, na Índia,
no Sri Lanka e em Bangladesh.
Com agências internacionais
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