São Paulo, sexta-feira, 04 de março de 2011 |
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Violência cresce na fronteira com a Tunísia SAMY ADGHIRNI ENVIADO ESPECIAL A RAS JEDIR (TUNÍSIA) Apesar da intensificação dos repatriamentos, a tensão aumentou ontem no posto de fronteira de Ras Jedir, onde se amontoam há dias milhares de trabalhadores braçais estrangeiros fugidos dos confrontos na Líbia. Em meio a um ambiente dominado pela sujeira e pelo esgotamento físico generalizado, os sinais mais claros de nervosismo partiram dos egípcios. Eles formam, de longe, o contingente mais numeroso entre as mais de 90 mil pessoas que entraram na Tunísia pelo posto. Egípcios organizaram vários protestos no local, formando grupos que ostentam bandeiras da Tunísia e gritam palavras de agradecimento ao governo tunisiano pelo apoio e de críticas ao Egito pela suposta demora no amparo aos migrantes. "De que adianta o povo ter derrubado [o ditador] Hosni Mubarak se o novo governo é tão incompetente quanto ele? Ninguém se importa com a nossa situação", berrou um manifestante às lágrimas. Ele se referia à junta militar formada após a queda do ditador, em fevereiro. Pressionado por uma situação que se alastra há mais de uma semana, o Egito despachou ontem para Ras Jedir o seu embaixador em Túnis. Mas ele foi recebido com palavrões. Tunisianos envolvidos no atendimento aos migrantes corroboram, em conversa com a Folha, as críticas. "O Egito está deixando tudo por nossa conta. É preciso mandar mais aviões imediatamente, se não teremos uma crise humanitária aqui", disse o médico do governo Abdelmumen Samir. A ajuda de ONGs, organismos internacionais e doadores privados permite abastecimento em comida e assistência médica para todos, mas as condições de higiene são deploráveis. Texto Anterior: Presidente pede fim da violência e diz que ditador "tem de sair" Próximo Texto: Entrevista: Situação já teve melhora, diz porta-voz da ONU Índice | Comunicar Erros |
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