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ORIENTE MÉDIO
Ahmed Saadat é acusado pela morte de ministro israelense; após ameaças de Sharon, Arafat se nega a soltá-lo
Arafat não segue ordem judicial para soltar palestino
DA REDAÇÃO
A Suprema Corte da Autoridade Nacional Palestina (ANP) ordenou ontem a libertação de Ahmed Saadat, acusado de ser o mentor do assassinato, em outubro, do ministro do Turismo israelense Rehavam Zeevi. Israel ameaçou usar todos os meios para capturá-lo se ele fosse solto. A ANP decidiu mantê-lo preso.
Saadat é líder da Frente Popular para a Libertação da Palestina
(FPLP). No começo de maio, foi
enviado com mais cinco procurados a uma prisão em Jericó (Cisjordânia) supervisionada por
agentes americanos e britânicos.
A sua transferência fez parte do
acordo que levou à suspensão do
cerco militar israelense ao quartel-general do presidente da ANP,
Iasser Arafat, em Ramallah.
Arafat dava indícios de que soltaria Saadat. Ao final do dia, porém, nota oficial disse que seu gabinete não o libertaria: "O gabinete respeita a decisão (...) mas ela
não pode ser implementada devido às ameaças israelenses."
Israel ameaçou tomar medidas
para levar Saadat à Justiça caso a
ANP o soltasse. O Exército cercou
Jericó, fechando as vias de acesso
à cidade. O premiê Ariel Sharon
disse que tomaria "todas as medidas necessárias" para impedir a libertação da "pessoa que ordenou
um assassinato e cuja organização
continua matando".
O ministro da Defesa, Binyamin
Ben-Eliezer, declarou: "Se o acordo [de manter Saadat preso" for
rompido, Israel estará livre de
suas obrigações e agirá de acordo
com nossos melhores interesses".
Saeb Erekat, conselheiro de Arafat, disse que ele enfrentava um dilema. "[A Suprema Corte] é a mais alta instância judicial e creio que suas decisões devem ser respeitadas. Por outro lado, ele sabe que os israelenses (...) poderiam sequestrar ou assassinar Saadat se ele for libertado."
Tenet
A nova controvérsia ameaçava prejudicar a missão do diretor da CIA (agência de inteligência dos EUA), George Tenet. Ele chegou a
Israel ontem e se reuniu com Sharon. Deve se reunir hoje com Arafat, em Ramallah. Discutirão, sobretudo, reformas nos serviços de
segurança palestinos.
Os grupos extremistas Hamas e Jihad Islâmico rejeitaram convite
de Arafat para que participassem do novo gabinete ministerial que
ele está preparando. A iniciativa
do presidente da ANP foi criticada pelos EUA, que disseram que a
inclusão de extremistas islâmicos em seu governo é incompatível com sua disposição de combater o terrorismo.
Com agências internacionais
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