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ORIENTE MÉDIO
Israel liberta cem presos na véspera de encontro que é considerado o ponto de partida do novo plano de paz
Cúpula de paz reúne Bush, Mazen e Sharon
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, George
W. Bush, se reúne hoje em Ácaba,
na Jordânia, com os premiês israelense, Ariel Sharon, e palestino, Abu Mazen, em cúpula que visa dar início à implementação do
novo plano de paz para a região,
que prevê a criação de um Estado
palestino em 2005.
Em ação que faz parte das obrigações israelenses, segundo o plano, Israel libertou cem prisioneiros para restaurar a confiança entre israelenses e palestinos.
Segundo a TV pública de Israel,
Sharon deve anunciar hoje em
Ácaba que dez colônias ilegais nos
territórios palestinos serão desmanteladas.
As medidas de Israel visam
atender às exigências que Bush
tem feito. No Egito, o presidente
dos EUA disse ontem que Israel
deve lidar com a questão dos assentamentos para "garantir a
continuidade territorial" de um
futuro Estado palestino.
Apenas os assentamentos construídos à revelia do governo são
considerados ilegais por Israel.
Para os palestinos e para a comunidade internacional, todos os assentamentos são ilegais.
No encontro de hoje, Sharon
deverá fazer declaração oficial
aceitando o princípio da criação
de um Estado palestino. Mazen,
por sua vez, deverá reconhecer o
direito de Israel existir.
A inclusão do desmantelamento das colônias ilegais na declaração de Sharon seria uma concessão às pressões dos EUA nesse
sentido. O premiê enfrenta dura
resistência à essa medida dentro
de seu gabinete, onde muitos ministros têm ligações com os movimentos de colonos judeus.
Na primeira fase do plano, os
palestinos precisam combater o
terrorismo. Mazen está negociando um cessar-fogo com os grupos
terroristas, que pode ser anunciado hoje na Jordânia. Um líder do
Hamas afirmou à rede de TV
ABC, dos EUA, que o grupo terrorista pode anunciar um cessar-fogo desde que Israel se retire dos
territórios palestinos, "ainda que
gradualmente". O plano prevê o
desmantelamento desses grupos,
com o confisco de suas armas e a
prisão de seus membros. Analistas afirmam que essas medidas
podem causar uma guerra civil
palestina.
Autoridades israelenses têm
afirmado que o cessar-fogo seria
suficiente, desde que cumprido,
até que o governo Mazen consiga
restaurar as forças de segurança
palestinas, podendo assim combater os grupos terroristas.
Israel, na primeira fase do plano, deve facilitar a vida dos palestinos, permitindo o tráfego entre
cidades, autorizando a entrada de
trabalhadores no território israelense e libertando presos.
Entre os presos libertados ontem está o palestino que há mais
tempo vive em prisões israelenses: Ahmad Jubarah, 68, detido
desde 1975 por atentado que matou 13 pessoas em Jerusalém.
Após deixar a prisão em Israel,
ele foi se encontrar com o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Iasser Arafat,
em Ramallah (Cisjordânia).
Em mais um dia de violência na
região, forças israelenses mataram um palestino em Gaza. Testemunhas palestinas dizem que era um policial. Israel afirma que era
um militante armado.
Pesquisa
Levantamento realizado pela
Universidade de Tel Aviv indica
que 59% dos israelenses apóiam o
novo plano de paz para o Oriente
Médio. Já 39% dos entrevistados
se opõem a ele. Porém 66% dos israelenses não acreditam que o
plano funcionará.
Com agências internacionais
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