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São Paulo, quarta-feira, 04 de junho de 2003

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Powell adverte Arafat de que não crie obstáculos às negociações

DA REDAÇÃO

O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, advertiu ontem o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Iasser Arafat, de que não colocasse obstáculos às negociações de paz entre os premiês de Israel, Ariel Sharon, e palestino, Abu Mazen.
A declaração foi feita ontem durante cúpula do presidente George W. Bush com líderes árabes em Sharm el Sheikh (Egito).
"Iasser Arafat não estava aqui hoje, e o primeiro-ministro [Mazen] estava. Acreditamos ser necessária uma direção palestina reformada, e vimos essa nova direção hoje", afirmou Powell.
"Se o sr. Arafat tentar atuar como um perturbador, espero que encontre resistência de todos os líderes árabes que estiveram aqui e da comunidade internacional."
Os EUA e Israel tentam afastar Arafat das negociações e buscam dialogar diretamente com o premiê Mazen, visto como mais moderado e crítico à Intifada (revolta palestina contra a ocupação, iniciada em setembro de 2000).
Israel acusa Arafat de não coibir ou até mesmo estimular o terrorismo. Já os EUA perderam a confiança no líder palestino desde que ele se recusou a assinar um acordo com Israel em agosto de 2000, apesar dos intensos esforços do então presidente Bill Clinton.
Em abril último, após muita insistência, Arafat aceitou abrir mão de parte de seus poderes e nomeou Abu Mazen para o novo cargo de primeiro-ministro. Mas, ao menos teoricamente, mantém a palavra final sobre as negociações de paz.
Arafat está isolado há meses em seu QG em Ramallah, na Cisjordânia, parcialmente destruído pelo Exército israelense. Sharon disse que ele não está proibido de viajar para o exterior, mas há dúvidas de que teria permissão para voltar se viajasse.
Apesar de ausente da cúpula no Egito, Arafat tentou mostrar, por meio de assessores, que controla as negociações em curso. "O presidente está cercado em seu escritório, mas ele está a par de tudo o que acontece em Sharm el Sheikh, minuto a minuto", disse o assessor Ahmed Abdel Rahman.
Para muitos palestinos, Arafat ainda é o líder no qual eles acreditam. "Eles podem se reunir e falar o que quiserem, mas nenhuma decisão poderá ser tomada sem a aprovação de Arafat", disse o estudante Hassan Alam, 20, na faixa de Gaza.


Com agências internacionais


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