São Paulo, sábado, 04 de junho de 2011

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Protestos se intensificam na Síria; pelo menos 34 morrem

Dia de manifestações foi chamado de "Sexta-Feira das Crianças"

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Forças de segurança do governo sírio mataram ao menos 34 manifestantes ontem, em Hama. A repressão foi considerada uma das mais duras desde o início dos protestos contra o presidente Bashar Assad, em março.
Segundo ativistas, cerca de 50 mil pessoas saíram às ruas em Hama. A oposição dedicou o dia à memória das mais de 30 crianças que teriam sido mortas na revolta. Nesta semana, a Unicef, agência da ONU para a infância, condenou as mortes.
Um vídeo divulgado na internet mostrando o corpo mutilado de Hamza al Khatib, 13, também causou comoção internacional. O menino virou símbolo da revolta e seu rosto estampa cartazes em protestos por toda a Síria.
Chamada de "Sexta-Feira das Crianças", a manifestação foi tida por ativistas como a maior da série de mobilizações realizadas no país.
Três moradores de Hama disseram que atiradores abriram fogo contra milhares de manifestantes no centro da cidades. Centenas de feridos foram enviados para um hospital próximo.

TIROS
"Os tiros vinham dos telhados. Vi centenas de pessoas sendo alvejadas na praça Assi. Havia sangue por todo lado", disse uma testemunha à Reuters, em Hama.
Em 1982, a cidade foi palco de um massacre em que 30 mil foram mortos sob as ordens do pai de Bashar, o então presidente, Hafez Assad.
"Milhares de pessoas protestaram em Hama e Idlib. Essa é uma reação natural ao aumento das mortes e à incapacidade do regime de promover uma reconciliação", afirmou Rami Abdulrahman, do Observatório Sírio dos Direitos Humanos. Ele disse ainda que mais uma pessoa teria sido morta em Idlib.
Forças sírias também abriram fogo em manifestações nas cidades de Deir Ezzor, Homs, Madaya, Rastan e Zabadani e no bairro de Barzeh, em Damasco.
No sul do país, em Daraa, centenas desafiaram um toque de recolher do Exército e saíram em protestos ontem, gritando "não dialogamos com assassinos".
Segundo ativistas, mais de mil civis já morreram na onda de protestos na Síria.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou ontem a violência no país. Demandou um encerramento imediato da "violenta repressão" e dos abusos aos direitos humanos, citando "profunda preocupação" com a morte de crianças.


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