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Grupo continua em "boa forma" após 23 dias de conflito, avalia inteligência
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE TEL AVIV
Israel admite que a guerrilha
do Hizbollah continua em boa
forma e ainda tem "capacidade
total" de usar foguetes de curto
alcance (20 km), com carga explosiva de entre 5 kg e 7 kg - os
famosos Katyushas. Pela avaliação mais atual da inteligência israelense, o grupo mantém
quase intactas suas atividades
de comando e controle, tem pelo menos 8.000 homens na reserva e variedade de armas.
A ameaça de atingir Tel Aviv
é verdadeira, pois, apesar de a
maior parte dos lançadores e
dos mísseis com alcance para
acertar a cidade ter sido destruída, o grupo ainda pode ter
alguns exemplares e receber
provisões da Síria, segundo um
oficial de alto escalão da Inteligência israelense. O grupo tem
mísseis antitanque e antiaéreos
SA 7 e SA 18, além de lançadores de granada de fabricação
russa e síria. Possui ainda mísseis e aeronaves não tripuladas,
mas necessita de ajuda de técnicos da Guarda Revolucionária Iraniana para operá-los.
No campo de batalha, a tática
de guerrilha consiste em atirar
contra as forças israelenses e
sumir em camuflagens na vegetação, ou nos túneis e bunkers.
O grupo ataca pontos fracos do
Exército de Israel, como os
flancos de comboios e blindados menos resistentes. A comunicação é por rádio ou celular.
Perdas
O Hizbollah sofreu alguns
danos em mais de três semanas
de ofensiva israelense. Pelo
menos 220 combatentes foram
mortos - e Israel afirma ter os
nomes de todos eles - e até 150
membros da parte logística.
Na avaliação do oficial, as forças do Hizbollah sofreram um
duro golpe na batalha pelo controle de Bint Jbeil, antiga fortaleza do grupo no sul do Líbano.
Lá foram mortos cerca de 50
membros da elite do grupo.
Mas os israelenses ainda não
sabem como funciona a ordem
de batalha do Hizbollah. Sabem
apenas que o grupo tem unidades regionais, responsáveis por
combates terrestres e disparos
de mísseis, e unidades de logística, que cuidam do abastecimento e comunicação.
Segundo o oficial israelense,
a ação contra um hospital do
Hizbollah no vale do Bekaa foi
determinada depois que o
Exército detectou uma "conexão" entre o local e os dois soldados seqüestrados pelo grupo
no dia 12, no episódio que detonou o confronto.
O Exército de Israel matou
até agora apenas um líder de alto escalão do grupo xiita: Nur
Shalhub, coordenador da
transferência de armas da Síria
para o Líbano. O comando militar acha que Hassan Nasrallah
continua escondido em um
abrigo subterrâneo em Beirute.
Na avaliação dos israelenses,
o Hizbollah vem sofrendo abalos fora do campo de batalha.
Um deles é a legitimidade no
Líbano. "A população percebe
que o Hizbollah é o destruidor",
disse. Por isso, Israel ataca a infra-estrutura libanesa, para
"incentivar o país a exercer sua
soberania".
Em outras palavras, os israelenses querem usar a destruição no Líbano como exemplo,
para evitar que outro país da região dê abrigo a terroristas.
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