São Paulo, sexta-feira, 04 de agosto de 2006

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Grupo continua em "boa forma" após 23 dias de conflito, avalia inteligência

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE TEL AVIV

Israel admite que a guerrilha do Hizbollah continua em boa forma e ainda tem "capacidade total" de usar foguetes de curto alcance (20 km), com carga explosiva de entre 5 kg e 7 kg - os famosos Katyushas. Pela avaliação mais atual da inteligência israelense, o grupo mantém quase intactas suas atividades de comando e controle, tem pelo menos 8.000 homens na reserva e variedade de armas.
A ameaça de atingir Tel Aviv é verdadeira, pois, apesar de a maior parte dos lançadores e dos mísseis com alcance para acertar a cidade ter sido destruída, o grupo ainda pode ter alguns exemplares e receber provisões da Síria, segundo um oficial de alto escalão da Inteligência israelense. O grupo tem mísseis antitanque e antiaéreos SA 7 e SA 18, além de lançadores de granada de fabricação russa e síria. Possui ainda mísseis e aeronaves não tripuladas, mas necessita de ajuda de técnicos da Guarda Revolucionária Iraniana para operá-los.
No campo de batalha, a tática de guerrilha consiste em atirar contra as forças israelenses e sumir em camuflagens na vegetação, ou nos túneis e bunkers. O grupo ataca pontos fracos do Exército de Israel, como os flancos de comboios e blindados menos resistentes. A comunicação é por rádio ou celular.

Perdas
O Hizbollah sofreu alguns danos em mais de três semanas de ofensiva israelense. Pelo menos 220 combatentes foram mortos - e Israel afirma ter os nomes de todos eles - e até 150 membros da parte logística.
Na avaliação do oficial, as forças do Hizbollah sofreram um duro golpe na batalha pelo controle de Bint Jbeil, antiga fortaleza do grupo no sul do Líbano. Lá foram mortos cerca de 50 membros da elite do grupo.
Mas os israelenses ainda não sabem como funciona a ordem de batalha do Hizbollah. Sabem apenas que o grupo tem unidades regionais, responsáveis por combates terrestres e disparos de mísseis, e unidades de logística, que cuidam do abastecimento e comunicação.
Segundo o oficial israelense, a ação contra um hospital do Hizbollah no vale do Bekaa foi determinada depois que o Exército detectou uma "conexão" entre o local e os dois soldados seqüestrados pelo grupo no dia 12, no episódio que detonou o confronto.
O Exército de Israel matou até agora apenas um líder de alto escalão do grupo xiita: Nur Shalhub, coordenador da transferência de armas da Síria para o Líbano. O comando militar acha que Hassan Nasrallah continua escondido em um abrigo subterrâneo em Beirute.
Na avaliação dos israelenses, o Hizbollah vem sofrendo abalos fora do campo de batalha. Um deles é a legitimidade no Líbano. "A população percebe que o Hizbollah é o destruidor", disse. Por isso, Israel ataca a infra-estrutura libanesa, para "incentivar o país a exercer sua soberania".
Em outras palavras, os israelenses querem usar a destruição no Líbano como exemplo, para evitar que outro país da região dê abrigo a terroristas.


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