São Paulo, sexta-feira, 04 de setembro de 2009

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Uribe só se dirá candidato após referendo, afirma aliado

Previsão de ministro implica descumprir prazo previsto em lei para apresentar candidatura pelo presidente, que busca 3º mandato

DA REDAÇÃO

O ministro do Interior da Colômbia e artífice da aprovação pelo Congresso do referendo para autorizar a "re-reeleição" de Álvaro Uribe, Fabio Valencia, disse que o presidente só anunciará candidatura ao terceiro mandato após a aprovação da possibilidade nas urnas.
A declaração é a primeira admissão de um membro do governo de que não será cumprido o prazo, previsto na legislação, do anúncio público da candidatura até seis meses antes do pleito, ou 30 de novembro.
"Se não existe a lei, se não existe a instituição [da "re-reeleição'], ele não poderia anunciar. [Uribe] não pode ser candidato até a aprovação do referendo, e ainda faltam duas instâncias: a Corte e o voto da população", disse Valencia ao jornal colombiano "El Tiempo".
Até mesmo aliados do presidente consideram inviável que a consulta, aprovada na última terça e agora pendente de um aval da Corte Constitucional, seja realizada até essa data.
Para o ministro, o mais provável é que a consulta seja realizada entre janeiro e fevereiro, embora a Corte possa levar até cinco meses para pronunciar-se sobre o referendo -imerso em nuvem de incertezas e entraves jurídicos. Autoridades eleitorais preveem ainda três meses para preparar a consulta.
Valencia disse também que "não pensamos" na possibilidade de realizar o referendo no mesmo dia das eleições legislativas, em março -o que implicaria em modificar a lei. A medida seria uma forma de facilitar a mobilização de eleitores.
Para o referendo ser validado, o comparecimento precisa ser de 25% do eleitorado (7 milhões de eleitores). A "re-reeleição" será autorizada se o "sim" obtiver 50% mais um dos votos.


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