 |
 |
 |
 |
São Paulo, sexta, 4 de setembro de 1998
 |
 |
|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice Piloto é instruído a ter frieza nas emergências
PAULO DANIEL FARAH  Folha - O que é feito quando há fumaça na cabine do avião? Pedro Goldenstein - A forma como você combate fumaça na cabine é com uma variação na pressurização, ou seja, despressurizando parcialmente o avião e necessariamente descendo. Ao mesmo tempo, você faz uma pesquisa sobre a origem dessa fumaça. O motivo mais comum é fogo elétrico (no sistema elétrico). Seria difícil haver um cigarro aceso no banheiro, por exemplo, porque hoje em dia há avisos e detectores de fumaça. Folha - Você já passou por uma situação dessas? Goldenstein - Sim, já tive situações bastante graves a bordo. A gente raciocina muito tecnicamente nessa hora, deixa a perna tremer mais tarde. Na hora você faz o que tem de ser feito. Primeiro porque estamos preparados para isso. Segundo porque a nossa vida e a de todos os que confiaram em nós está nas nossas mãos. Folha - Como é o treinamento? Goldenstein - Muito intenso. Temos especificamente um treinamento em simuladores de vôo. Os da Varig, que ficam na Ilha do Governador (Rio de Janeiro), têm geradores de fumaça dentro da cabine. Então você pode simular uma situação de fumaça. Coloca a máscara de oxigênio, faz o isolamento da fumaça. E isso acontece com um realismo impressionante. Folha - O que você acha do MD-11? Goldenstein - É excepcional. Operamos o MD-11 há muitos anos (desde 1991) na Varig. É um avião com uma confiabilidade extrema, automatizado e seguro. Folha - O avião foi fabricado em 90 e revisado no ano passado... Goldenstein - Portanto um avião novo e com a revisão em dia. A Swissair tem centros de treinamento em Zurique (Suíça) excelentes. Tenho certeza de que o comandante era experiente, estava preparado e agiu com serenidade. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
|
|