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IRAQUE
Rejeição sunita fica mais difícil
Xiitas e curdos mudam regra para Constituição
DA REDAÇÃO
O Parlamento do Iraque fixou
novas regras eleitorais que tornam mais fácil a aprovação da
Constituição, apoiada pelos xiitas
e curdos, e dificultam sua rejeição
no referendo de 15 de outubro. A
medida provocou reações de autoridades sunitas, que rejeitam o
texto proposto.
Numa sessão anteontem, curdos e xiitas, que detêm mais de
três quartos das 275 cadeiras do
Parlamento, decidiram que, para
que a Carta seja aprovada, uma
maioria dos eleitores que comparecerem às urnas deve dizer
"sim". Já para rejeitar a proposta,
dois terços dos eleitores registrados em três ou mais Províncias
têm de optar pelo "não".
Pelas regras antes em vigor, a
Constituição seria ratificada se
uma maioria dos votantes a aprovasse e se dois terços dos votantes
-e não dos eleitores registrados- em três ou mais Províncias
não a rejeitasse. Nas eleições de janeiro, menos de 60% dos eleitores
registrados realmente votaram.
"É claramente uma fraude", disse Saleh al Mutlaq, porta-voz do
grupo árabe sunita Diálogo Nacional Iraquiano, um dos que ajudaram a preparar a Carta. "Eles
querem que essa Constituição seja aprovada apesar do desejo do
povo." Mutlaq disse que os líderes
sunitas poderão defender um boicote ao referendo.
"Jogar de acordo com essas regras majoritárias é muito perigoso, é brincar com fogo", disse
Joost Hiltermann, especialista em
Iraque do International Crisis
Group. "Eles estão excluindo uma
comunidade fazendo parecer que
chegaram a um acordo."
Líderes xiitas e curdos alegam
que cederam em todos os pontos
possíveis na Carta, considerada
pelos sunitas como ilegal. Os
principais atritos giram em torno
da imposição de restrições ao partido Baath (sunita) e do federalismo. Xiitas e curdos querem autonomia nas regiões que dominam,
mas, como essas áreas concentram o petróleo, os sunitas temem
perder acesso à maior riqueza do
país.
Com agências internacionais
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