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Espectro da confusão desta vez passou por Ohio, mas foi só susto
DE NOVA YORK
Por um momento, Ohio roubou a atenção dos americanos como "a Flórida de 2004". Mas diferentemente da eleição de 2000,
quando os EUA levaram um mês
para ter certeza de quem ocuparia
a Casa Branca e muitos contestaram o resultado, a vitória de George W. Bush ali não é questionável.
As fraudes temidas antes do
pleito aparentemente não ocorreram, e em nenhum momento os
democratas chegaram a pedir recontagem de votos. A demora em
admitir a derrota no Estado ocorreu por causa de 135 mil votos
provisórios que aguardam verificação para serem apurados.
Quando ficou claro que mesmo
que todos os votos provisórios
fossem ratificados e favorecessem
Kerry eles não cobririam a vantagem aberta por Bush, os democratas aceitaram a derrota. Mas
antes disso, foi uma noite de dúvidas. Os 20 votos que Ohio tem no
colégio eleitoral seriam suficientes para garantir tanto a vitória de
Bush quanto a de Kerry.
"Bush ganhou Ohio mobilizando conservadores religiosos ao
destacar oposição ao casamento
gay e ao promover forte campanha para convencer os eleitores a
votarem. A derrota não pode ser
atribuída à campanha de Kerry",
disse à Folha Thomas E. Mann,
analista de política e opinião pública na Brookings Institution.
Embora seja um Estado industrial com um dos índices de desemprego mais altos do país,
5,9%, Ohio não colocou a economia como sua prioridade nesta
eleição -o que costuma empurrar eleitores para os democratas.
Cerca de 25% dos eleitores que
votaram no Estado são evangélicos e brancos, como Bush. Segundo uma pesquisa da rede de TV
NBC, 21% dos entrevistados no
Estado apontaram como prioridade na plataforma de seu candidato os valores morais. Ante esse
tipo de eleitor, a agenda conservadora em termos comportamentais do presidente costuma fazer
sucesso.
(LUCIANA COELHO)
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