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NORTE VS. SUL
Para historiador, Bush e Kerry usaram a rivalidade histórica na campanha
Votação segue divisão da guerra civil
FABIANO MAISONNAVE
DA REDAÇÃO
Não há dúvidas de que guerra
ao terror deu o tom da campanha americana, considerada
uma das mais polarizadas da história. Mas uma comparação entre o mapa eleitoral deste ano e o
da Guerra Civil Americana
(1861-5) mostra que os EUA estão longe de superar o conflito
entre o Norte progressista e urbano e o Sul escravista e rural.
O ostensivamente texano
George W. Bush venceu nos 11
antigos Estados confederados,
inclusive sua terra natal.
Já John Kerry venceu na Nova
Inglaterra, sua terra natal, e em
Estados como Nova York e Califórnia, alinhados à União.
"Não é coincidência que Bush
freqüentemente se deixou filmar
de calças jeans e chapéu de caubói e percorrendo seu rancho no
Texas num Jeep. De forma semelhante, Kerry se deixou filmar
em locais menos rústicos, como
praticando windsurf na ilha
Nantucket (Nova Inglaterra)",
disse à Folha o historiador James
Hogue, da Universidade da Carolina do Norte, em Charlotte.
Para o historiador Eric Foner,
da Universidade Columbia, a divisão partidária é importante sobretudo no aspecto religioso:
"Não daria tanta atenção a isso a
não ser pelo fato de que as divisões político-econômicas e culturais na história americana costumam muitas vezes recair sobre
essas linhas regionais. Obviamente, os partidos trocaram de
posição desde então sobre raça, o
papel do governo e outros temas.
E a religião evangélica tem um
papel importante nas alianças
partidárias da mesma forma como ocorria no século 19".
A guerra civil matou cerca de
650 mil militares e 50 mil civis,
cifra maior do que a soma de todas as mortes ocorridas nos outros conflitos dos quais os EUA
participaram.
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