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Conservadorismo
marca resultado
de plebiscitos
DA REDAÇÃO
Emendas às Constituições estaduais proibindo o casamento entre homossexuais foram aprovadas em todos os 11 Estados norte-americanos que realizaram plebiscitos para deliberar sobre a
questão.
A proibição do casamento gay
foi aprovada com grande facilidade em Arkansas, Geórgia, Kentucky, Michigan, Mississipi, Montana, Dakota do Norte, Oklahoma, Ohio, Utah e Oregon. No
Mississipi, a proporção entre votos a favor e contra ficou em 6-1.
"Esse tema não divide profundamente os EUA", afirmou o ativista conservador Gary Bauer. "O
país rejeitou de forma esmagadora o casamento de pessoas do
mesmo sexo. Nossa esperança é
que os políticos e os juízes engajados vão tomar conhecimento desses resultados e segui-los."
"Obviamente era um objetivo
dos conservadores fazer disso um
tema da campanha. Não atingiu a
intensidade que eles esperavam,
mas de qualquer modo é uma clara indicação do ânimo da população", reconheceu o prefeito de
San Francisco, Gavin Newsom,
que autorizou neste ano mais de
4.000 casamentos gays -mais
tarde anulados por decisão da Suprema Corte da Califórnia. Newsom ainda disse que se passarão
muitos anos antes que o casamento entre gays seja aceito pelos
americanos.
163 plebiscitos
Além de votar para escolher o
presidente, alguns governadores e
senadores e todos os deputados
federais, a população de 34 Estados opinou sobre 163 variadas
medidas, que iam do casamento
gay a imigrantes ilegais, maconha,
aumento de tributos sobre tabaco, pesquisas relacionadas a células-tronco e representação no Colégio Eleitoral.
A Califórnia aprovou o investimento de US$ 3 bilhões no desenvolvimento de pesquisas sobre células-tronco embrionárias -os
cientistas acreditam que a clonagem terapêutica tem potencial para no futuro curar doenças degenerativas.
A partir de agora, imigrantes no
Arizona -a maior porta de entrada no país para estrangeiros
sem visto de permanência- terão que provar seu status legal na
hora de requisitarem alguns benefícios ao Estado. "As pessoas
sentem intimamente que nós temos um problema em relação à
imigração ilegal e que temos que
resolvê-lo", afirmou Randy Pullen, um dos principais apoiadores da iniciativa.
No entanto é provável que a medida seja contestada na Justiça, já
que há uma década a Califórnia
aprovou lei semelhante que foi
posteriormente declarada inconstitucional.
No Colorado, a Emenda 36
-que dividia os nove votos do
Estado no Colégio Eleitoral de
maneira proporcional à votação
recebida pelos candidatos presidenciais- foi derrotada.
Segundo analistas políticos, a
população a rejeitou por medo de
que o Colorado passasse a receber
menos atenção dos candidatos
(ao invés de nove votos, o vitorioso passaria a ganhar apenas cinco
-já que com a atual polarização
do eleitorado o derrotado teria
uma votação alta, que daria direito a quatro votos).
Tabaco, caça e camarão
Ainda no Colorado, e também
em Oklahoma e Montana, os eleitores aprovaram um aumento na
tributação do tabaco -a maior
parte da nova receita será destinada à melhoria da assistência médica. Montana ainda tornou-se o
décimo Estado norte-americano a
legalizar o consumo de maconha
com fins terapêuticos.
A Louisiana aprovou uma
emenda à sua Constituição para
incluir uma referência garantindo
o direito da população à caça e à
pesca. No Alabama, as projeções
indicavam a aprovação de uma
reforma constitucional para incluir na Carta uma menção à promoção do camarão (o Estado é
um grande produtor do crustáceo).
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