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OPINIÃO
Uma Casa Branca para todos
Leia a seguir o editorial do "New
York Times" sobre a vitória de
George W. Bush na eleição.
As eleições foram divididas e
preenchidas com mais do que suficiente rancor, e os resultados no
Colégio Eleitoral foram dolorosamente próximos. Mas agora que o
vencedor foi anunciado o povo
americano sabe o que fazer: aceitar George W. Bush como o presidente legalmente eleito.
Nós tivemos ódio suficiente por
um momento, e nossa maior esperança agora é que Bush esteja
preparado para ganhar o direito
de ser visto como líder por toda a
nação. Foi inspirador anteontem
de manhã ver as filas de eleitores
nas votações pelo país, mas o humor era preocupante. Fidelidade
partidária não era a emoção dominante.
Nem era o entusiasmo por ambos os candidatos. A emoção
principal parecia ser o desprezo
pelo outro lado e as principais divisões sobre crenças morais e medos sobre segurança.
O país tem sido destruído pela
guerra, pelo medo do terrorismo
e pelas incertezas econômicas. Há
três anos, o trauma do 11 de Setembro nos uniu. Como notamos,
Bush falhou ao surgir com uma
agenda nacional que iria fazer daquele momento um propósito nacional permanente, e isso foi trocado por um automático partidarismo que fez todo o mundo em
Washington, republicanos e democratas, sentirem-se compelidos a manobrar para a mais modesta vantagem partidária.
A votação de anteontem mostrou claramente como Bush e os
republicanos tiveram sucesso e
onde John Kerry e os democratas
falharam.
O número de votantes que disseram que sua escolha foi feita por
valores morais obscureceram
aqueles americanos que disseram
ter preocupações sobre a guerra, o
terrorismo e até a economia e empregos. Bush ganhou apesar de a
maioria dos americanos acreditar
que a Guerra do Iraque não está
indo bem, que os custos de saúde
estão aumentando, que os empregos estão ameaçados, que os impostos não vão diminuir e que a
economia não está indo tão bem
quanto Bush disse que estava.
Nós entramos nessa eleição desencorajados, como sempre, pelo
calibre dos candidatos à Presidência. Com o tempo, fomos forçados a admitir que Bush e Kerry dividiram a disciplina e autocontrole que são requisitos para o mais
difícil trabalho do planeta.
Conforme os votos foram sendo
contados, nós esperamos, como
todo mundo, por clareza e justiça
no resultado final.
Agora, esperamos que Bush
equilibre sua enorme e justificável
autoconfiança com a larga dose
de humildade. Isso pode marcar o
começo de uma Casa Branca para
todos.
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