São Paulo, quinta-feira, 04 de novembro de 2004

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OPINIÃO

Uma Casa Branca para todos

Leia a seguir o editorial do "New York Times" sobre a vitória de George W. Bush na eleição.
 

As eleições foram divididas e preenchidas com mais do que suficiente rancor, e os resultados no Colégio Eleitoral foram dolorosamente próximos. Mas agora que o vencedor foi anunciado o povo americano sabe o que fazer: aceitar George W. Bush como o presidente legalmente eleito.
Nós tivemos ódio suficiente por um momento, e nossa maior esperança agora é que Bush esteja preparado para ganhar o direito de ser visto como líder por toda a nação. Foi inspirador anteontem de manhã ver as filas de eleitores nas votações pelo país, mas o humor era preocupante. Fidelidade partidária não era a emoção dominante.
Nem era o entusiasmo por ambos os candidatos. A emoção principal parecia ser o desprezo pelo outro lado e as principais divisões sobre crenças morais e medos sobre segurança.
O país tem sido destruído pela guerra, pelo medo do terrorismo e pelas incertezas econômicas. Há três anos, o trauma do 11 de Setembro nos uniu. Como notamos, Bush falhou ao surgir com uma agenda nacional que iria fazer daquele momento um propósito nacional permanente, e isso foi trocado por um automático partidarismo que fez todo o mundo em Washington, republicanos e democratas, sentirem-se compelidos a manobrar para a mais modesta vantagem partidária.
A votação de anteontem mostrou claramente como Bush e os republicanos tiveram sucesso e onde John Kerry e os democratas falharam.
O número de votantes que disseram que sua escolha foi feita por valores morais obscureceram aqueles americanos que disseram ter preocupações sobre a guerra, o terrorismo e até a economia e empregos. Bush ganhou apesar de a maioria dos americanos acreditar que a Guerra do Iraque não está indo bem, que os custos de saúde estão aumentando, que os empregos estão ameaçados, que os impostos não vão diminuir e que a economia não está indo tão bem quanto Bush disse que estava.
Nós entramos nessa eleição desencorajados, como sempre, pelo calibre dos candidatos à Presidência. Com o tempo, fomos forçados a admitir que Bush e Kerry dividiram a disciplina e autocontrole que são requisitos para o mais difícil trabalho do planeta.
Conforme os votos foram sendo contados, nós esperamos, como todo mundo, por clareza e justiça no resultado final.
Agora, esperamos que Bush equilibre sua enorme e justificável autoconfiança com a larga dose de humildade. Isso pode marcar o começo de uma Casa Branca para todos.


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