São Paulo, quinta-feira, 04 de novembro de 2004

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Embaixador no Brasil aposta na Alca

ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A vitória do presidente George W. Bush nos Estados Unidos vai possibilitar a retomada das negociações da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) antes do final do ano, na avaliação do embaixador norte-americano em Brasília, John Danilovich.
Ontem, durante café da manhã com jornalistas, marcado por ele, Danilovich comentou o resultado das eleições no seu país. A vitória de Bush ainda não era oficial, mas, baseando-se em informações da mídia, Danilovich comemorou a reeleição do candidato do seu partido. Se disse "aliviado" com o fato de as eleições terem transcorrido sem maiores incidentes, ao relembrar os problemas com contagem de votos na Florida na eleição de 2000.
Entre as vantagens para o Brasil da continuidade de Bush no poder, Danilovich enfatizou o compromisso do Partido Republicano com o livre comércio. "O governo Bush é claramente e convictamente -preto no branco- compromissado com o livre comércio", disse ele. "Antes do final do ano a Alca vai acelerar", completou o embaixador.
Apesar do otimismo com a retomada das negociações da Alca, das quais os Estados Unidos e o Brasil são os atuais co-presidentes, o embaixador deixou claro que não será possível fechar o acordo no prazo originalmente previsto -início de 2005. "É humanamente impossível". Falou num prazo adicional de mais seis meses para concluir o processo.
Sem fazer comparações diretas entre Bush e seu adversário democrata John Kerry, Danilovich disse que a atual administração reconhece o papel de liderança do Brasil como um força estabilizadora na região. No Peru, no Equador, na Bolívia, na Colômbia e na Venezuela, o Brasil tem sido um força estabilizadora para o continente", afirmou ele. "A administração Bush continuará a reforçar seu apoio ao Brasil", completou o embaixador.
Na sua entrevista só houve comentários elogiosos ao governo Lula e sobre a importância que Bush dá à América do Sul. "[A região] não foi mencionada na campanha porque não é uma região com problemas. O Brasil, sobre o comando de Lula, em relação à política macroeconômico, faz um trabalho excepcional".
Mesmo quando o assunto foi a falta de apoio do Brasil à guerra do Iraque, a principal ação de política externa de Bush, Danilovich encontrou uma maneira de amenizar as diferenças.
"Há várias maneiras de apoiar a guerra. O Brasil defende a liberdade, a justiça, a democracia e o livre mercado. Pela sua natureza e conduta, o Brasil, como exemplo, dá apoio à guerra contra o terrorismo", disse o embaixador.


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