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Embaixador no Brasil aposta na Alca
ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A vitória do presidente George
W. Bush nos Estados Unidos vai
possibilitar a retomada das negociações da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) antes do final do ano, na avaliação do embaixador norte-americano em
Brasília, John Danilovich.
Ontem, durante café da manhã
com jornalistas, marcado por ele,
Danilovich comentou o resultado
das eleições no seu país. A vitória
de Bush ainda não era oficial,
mas, baseando-se em informações da mídia, Danilovich comemorou a reeleição do candidato
do seu partido. Se disse "aliviado"
com o fato de as eleições terem
transcorrido sem maiores incidentes, ao relembrar os problemas com contagem de votos na
Florida na eleição de 2000.
Entre as vantagens para o Brasil
da continuidade de Bush no poder, Danilovich enfatizou o compromisso do Partido Republicano
com o livre comércio. "O governo
Bush é claramente e convictamente -preto no branco- compromissado com o livre comércio", disse ele. "Antes do final do
ano a Alca vai acelerar", completou o embaixador.
Apesar do otimismo com a retomada das negociações da Alca,
das quais os Estados Unidos e o
Brasil são os atuais co-presidentes, o embaixador deixou claro
que não será possível fechar o
acordo no prazo originalmente
previsto -início de 2005. "É humanamente impossível". Falou
num prazo adicional de mais seis
meses para concluir o processo.
Sem fazer comparações diretas
entre Bush e seu adversário democrata John Kerry, Danilovich
disse que a atual administração
reconhece o papel de liderança do
Brasil como um força estabilizadora na região. No Peru, no Equador, na Bolívia, na Colômbia e na
Venezuela, o Brasil tem sido um
força estabilizadora para o continente", afirmou ele. "A administração Bush continuará a reforçar
seu apoio ao Brasil", completou o
embaixador.
Na sua entrevista só houve comentários elogiosos ao governo
Lula e sobre a importância que
Bush dá à América do Sul. "[A região] não foi mencionada na campanha porque não é uma região
com problemas. O Brasil, sobre o
comando de Lula, em relação à
política macroeconômico, faz um
trabalho excepcional".
Mesmo quando o assunto foi a
falta de apoio do Brasil à guerra
do Iraque, a principal ação de política externa de Bush, Danilovich
encontrou uma maneira de amenizar as diferenças.
"Há várias maneiras de apoiar a
guerra. O Brasil defende a liberdade, a justiça, a democracia e o livre
mercado. Pela sua natureza e conduta, o Brasil, como exemplo, dá
apoio à guerra contra o terrorismo", disse o embaixador.
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