São Paulo, quinta-feira, 04 de novembro de 2004

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ORIENTE MÉDIO

O dirigente palestino, internado desde sexta, submetia-se a exames em hospital nas imediações de Paris

Saúde de Arafat deteriora e o leva à UTI

DA REDAÇÃO

As condições clínicas de Iasser Arafat, presidente da Autoridade Nacional Palestina, deterioraram-se ontem de modo abrupto, o que determinou sua internação na UTI do hospital militar Percy, localizado nas imediações de Paris.
Os médicos que há seis dias são responsáveis pelo dirigente palestinos não chegaram a se pronunciar. Prevalece a versão de que ele sofre de um mal não detectado. Falou-se de início em leucemia. Em seguida, de infecção viral. O chefe da equipe encarregada de Arafat é hematologista.
Os palestinos que acompanham Arafat haviam prometido para ontem a publicação de um boletim médico, no qual os especialistas franceses pela primeira vez indicariam os resultados dos exames feitos desde sexta-feira.
Mas o boletim não foi publicado. Em lugar dele, a representante da ANP na França, Leila Shahid, deu declaração tranqüilizadora, em que anunciou que Arafat estava bem e acompanhava pela televisão os desdobramentos das eleições americanas.
Por volta das 18h, hora de Brasília, a suposição de relativa normalidade foi reforçada pela informação de que Arafat tomara a iniciativa de enviar mensagem a George W. Bush, na qual o cumprimentava pela reeleição.
Mas duas horas depois o canal 2 da televisão israelense transmitiu a informação de que Arafat, "muito mal", fora levado à UTI.
O jornalista israelense Ehud Yaari, autor da notícia, disse tê-la obtido de um dos palestinos que acompanham Arafat.
A Associated Press obteve em seguida informação semelhante, em Paris, de um dirigente da ANP. Esse dirigente não foi nominalmente identificado.
Um dos assessores de Arafat, Mohammed Dahlan, no entanto, negou que tivesse ocorrido uma deterioração da situação clínica.
Coincidência ou não, no final da tarde o chanceler israelense, Silvan Shalom, declarara que seu governo estava "monitorando de perto" as condições de Arafat e que já se preparava para o dia seguinte de sua morte.
A declaração poderia ser parte da guerra psicológica que palestinos e israelenses. Mas desta vez é possível que Shalom exprimisse um fato detectado por seus serviços de inteligência.


Com agências internacionais


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