DA REDAÇÃO

O presidente interino do Afeganistão, Hamid Karzai, foi declarado ontem oficialmente o vencedor da primeira eleição presidencial de seu país, depois que uma investigação de três semanas não encontrou fraudes suficientes para invalidar sua vitória nas urnas.
Ao apresentar seu relatório final, a comissão eleitoral, formada por afegãos e representantes da ONU, afirmou terem havido problemas com votos falsos e com a tinta usada para marcar os dedos dos eleitores, para impedir que votassem mais de uma vez, mas que não havia "nenhuma evidência" de incidentes generalizados ou que tenham favorecido Karzai.
"Houve deficiências, mas elas não chegaram ao ponto de afetar o resultado geral", disse o sueco Staffan Darnolf, um dos membros da comissão.
Karzai, que conquistou um mandato de cinco anos, obteve 55,4% dos votos registrados no dia 9 de outubro. O seu principal adversário, Yunis Qanuni, que recebeu 16,3%, disse que o resultado foi prejudicado pelas fraudes.
O Departamento de Estado cumprimentou o líder afegão, a exemplo da ONU, da Alemanha, da França e do Reino Unido. Segundo o premiê britânico, Tony Blair, o alto comparecimento às urnas e a ausência de violência significativa no dia da eleição "demonstram a transformação que já ocorreu no Afeganistão nos três anos desde a queda do Taleban".