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São Paulo, quarta-feira, 04 de novembro de 2009

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Irã rejeita diálogo com final "ditado pelos EUA"

Para líder supremo, Casa Branca quer impor desfecho de conversas nucleares

Declaração de aiatolá Ali Khamenei surge em meio a pressões americanas para que Teerã responda à última oferta atômica do Ocidente

DA EFE

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse ontem que rejeita qualquer negociação sobre o programa nuclear de Teerã "cujo desfecho seja imposto de antemão pelos Estados Unidos".
A advertência de Khamenei surge em meio a uma escalada retórica sobre o programa atômico iraniano -suspeito de ter fins militares, o que Teerã nega.
Na segunda-feira, as potências ocidentais aumentaram a pressão sobre o Irã para que responda rapidamente a uma proposta da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) pela qual Teerã enviaria parte de seu urânio para ser enriquecido fora do país -uma maneira de dificultar a eventual tentativa de produção de uma bomba por Teerã.
Na proposta colocada sobre a mesa no último dia 21, o Irã se comprometeria a enviar 1.200 kg de urânio pouco enriquecido -dos estimados 1.500 kg que possui- à Rússia até 15 de janeiro. O elemento seria depois repassado à França, que o adequaria ao reator do Irã para fins de pesquisa e uso médico.
Teerã respondeu com uma contraproposta vaga, que irritou a Casa Branca. Os EUA reiteraram anteontem que o Irã deve "pegar ou largar" a oferta.
Segundo Khamenei, Washington busca ditar o rumo das conversas -pôr fim ao programa nuclear iraniano. "Os EUA são um poder arrogante, e a nação iraniana não será enganada por sua aparente conduta de reconciliação", disse o líder supremo, numa referência aos acenos de Barack Obama.
Irã e EUA romperam em 1980, depois que militantes islâmicos tomaram 52 reféns na embaixada americana em Teerã em represália ao asilo dado por Washington ao xá deposto.
O 30º aniversário do sequestro, que durou 444 dias e abriu a era de sanções contra o Irã, será festejado hoje no país. Contrariando advertências do governo, a oposição pretende aproveitar a data para retomar os protestos contra a controversa reeleição de Mahmoud Ahmadinejad, em junho.


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