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Sauditas rechaçam leniência com terror
DO "THE INDEPENDENT"
A Arábia Saudita lançou ontem
uma ofensiva inusitada de relações públicas nos EUA para combater as acusações de cumplicidade com o terrorismo global.
Numa entrevista coletiva na
embaixada em Washington, o assessor de política externa saudita
Adel al Jubeir declarou que as
"acusações infundadas" que circulam nos EUA estão fora de controle. Insistindo que seu país é vítima da Al Qaeda e outros grupos
terroristas islâmicos, apresentou
um relatório que descreve as medidas tomadas para rastrear os bilhões de dólares desembolsados
anualmente pelas organizações
beneficentes e impedir que sejam
exploradas por "malfeitores".
A ação é indício da preocupação
sentida pelo fechado regime saudita diante da enxurrada de críticas vinda de seu maior aliado.
As críticas de leniência no combate ao terror remetem aos ataques lançados contra instalações
americanas na Arábia Saudita em
meados dos anos 1990 -muito
antes dos ataques de 11 de setembro, nos quais 15 dos 19 sequestradores dos aviões usados eram
sauditas, como Osama bin Laden.
Desde então, a desconfiança alcançou níveis ainda maiores, em
meio à hesitação saudita em autorizar o uso de suas bases e seu espaço aéreo em possíveis ataques
ao Iraque, sem falar nas evidências vindas à tona nos últimos dez
dias de que dinheiro de organizações assistencialistas que passou
por uma conta bancária da mulher do embaixador saudita em
Washington acabou nas mãos de
pessoas ligadas a dois dos sequestradores de 11 de setembro.
A desconfiança é tão grande que
algumas autoridades se perguntam reservadamente se a Arábia
Saudita é amiga ou inimiga dos
EUA. "Reconhecemos que devemos formular nossas políticas de
combate ao terrorismo de maneira mais aberta", disse Al Jubeir.
Ele afirmou que as organizações
assistencialistas agora estão sujeitas a auditorias e precisam de registro oficial para operar no exterior e que 33 contas pertencentes
a três indivíduos e uma instituição suspeitos de envolvimento
com o terror foram congeladas
contendo US$ 5,6 milhões.
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