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ORIENTE MÉDIO
Ibrahim terá novo julgamento em janeiro
Pressionado pelos EUA, Egito solta defensor dos direitos humanos
DA REUTERS
O Egito libertou ontem o defensor dos direitos humanos Saad
Eddin Ibrahim, 64, e ordenou que
ele fosse julgado novamente. Ele
era acusado de vários delitos, incluindo prejudicar as tensas relações do país com os EUA, quando
foi condenado.
A mais alta corte de apelações
do Egito anulou a condenação
que pesava sobre Ibrahim. Em julho, em seu segundo julgamento,
ele foi preso após ser condenado a
sete anos de prisão. Ibrahim também era acusado de receber fundos ilegais da Comissão Européia,
o órgão executivo da União Européia. Seu terceiro julgamento foi
marcado para o dia 7 de janeiro.
A mulher de Ibrahim, Barbara,
afirmou que o próximo julgamento ocorrerá na Corte de Cassação. Segundo ela, Ibrahim, que
tem cidadanias americana e egípcia, foi libertado logo após a decisão judicial e retornou à sua casa.
"Ele está um pouco surpreso, talvez chocado, mas está muito feliz", disse Barbara Ibrahim.
O governo e a mídia dos EUA tinham protestado contra a condenação de Ibrahim. Segundo organizações de defesa dos direitos
humanos, a prisão do ativista foi
uma tentativa de calar a sociedade
civil no Egito, onde o presidente
Hosni Mubarak governa com
mão-de-ferro desde 1981
Washington ameaçava opor-se
ao envio de mais ajuda financeira
ao Egito, que já recebe cerca de
US$ 2 bilhões por ano dos EUA.
O Egito, por sua vez, defendia a
independência de seu Judiciário e
argumentava que o caso não deveria ser transformado numa
questão política.
A Embaixada dos EUA no Cairo
saudou a decisão de anular a condenação. Professor e sofrendo de
doença neurológica, Ibrahim era
responsável pelo Centro para Estudos sobre o Desenvolvimento
Ibn Khaldoun, que promove a democracia e os direitos humanos.
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