São Paulo, quarta-feira, 04 de dezembro de 2002

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ORIENTE MÉDIO

Ibrahim terá novo julgamento em janeiro

Pressionado pelos EUA, Egito solta defensor dos direitos humanos

DA REUTERS

O Egito libertou ontem o defensor dos direitos humanos Saad Eddin Ibrahim, 64, e ordenou que ele fosse julgado novamente. Ele era acusado de vários delitos, incluindo prejudicar as tensas relações do país com os EUA, quando foi condenado.
A mais alta corte de apelações do Egito anulou a condenação que pesava sobre Ibrahim. Em julho, em seu segundo julgamento, ele foi preso após ser condenado a sete anos de prisão. Ibrahim também era acusado de receber fundos ilegais da Comissão Européia, o órgão executivo da União Européia. Seu terceiro julgamento foi marcado para o dia 7 de janeiro.
A mulher de Ibrahim, Barbara, afirmou que o próximo julgamento ocorrerá na Corte de Cassação. Segundo ela, Ibrahim, que tem cidadanias americana e egípcia, foi libertado logo após a decisão judicial e retornou à sua casa. "Ele está um pouco surpreso, talvez chocado, mas está muito feliz", disse Barbara Ibrahim.
O governo e a mídia dos EUA tinham protestado contra a condenação de Ibrahim. Segundo organizações de defesa dos direitos humanos, a prisão do ativista foi uma tentativa de calar a sociedade civil no Egito, onde o presidente Hosni Mubarak governa com mão-de-ferro desde 1981
Washington ameaçava opor-se ao envio de mais ajuda financeira ao Egito, que já recebe cerca de US$ 2 bilhões por ano dos EUA.
O Egito, por sua vez, defendia a independência de seu Judiciário e argumentava que o caso não deveria ser transformado numa questão política.
A Embaixada dos EUA no Cairo saudou a decisão de anular a condenação. Professor e sofrendo de doença neurológica, Ibrahim era responsável pelo Centro para Estudos sobre o Desenvolvimento Ibn Khaldoun, que promove a democracia e os direitos humanos.


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