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Chávez demite vice e ministro do Interior
Mudanças, anunciadas na TV, são as primeiras do novo mandato do venezuelano, que começa dia 10
DA REDAÇÃO
O presidente da Venezuela,
Hugo Chávez, substituiu seu vice, José Vicente Rangel, e seu
ministro do Interior e da Justiça, Jesse Chacón, nas primeiras
mudanças de gabinete anunciadas às vésperas do início de
seu novo mandato, em 10 de janeiro.
As substituições dos dois homens fortes do governo foram
anunciadas em uma entrevista
por telefone na noite de anteontem ao canal estatal VTV.
Assumem Jorge Rodríguez, ex-presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), como vice,
e o deputado Pedro Carreño,
capitão da reserva, na pasta do
Interior.
Já o ministro de Energia e
Petróleo, Rafael Ramírez, que é
também presidente da estatal
petroleira PDVSA, foi ratificado no cargo. Por sua vez, o deputado Rodrigo Cabezas disse
que irá substituir Nelson Merentes na chefia do Ministério
das Finanças.
"Revisão geral"
Chávez não justificou em detalhes as demissões. Disse apenas que as mudanças são para
"entrar em cheio nas novas lutas contra a corrupção e a burocracia e a favor do desenvolvimento econômico em direção
ao socialismo" e representam
"um ajuste e um refrescamento
da equipe do governo". "Estou
decidido a fazer uma revisão
geral", afirmou Chávez.
O presidente disse não ter sido fácil demitir Rangel, que antes de assumir a Vice-Presidência após a tentativa de golpe
contra Chávez em abril de
2002, foi seu chanceler e ministro da Defesa e era tido como
um de seus principais operadores políticos.
"[Rangel] É um lançador [no
beisebol] estrela por quem sinto o afeto e o respeito de um filho a um pai, por tudo o que
aconteceu nesses oito anos",
disse.
Analistas afirmam que Rangel, 77, fará parte da equipe do
governo encarregada de propor
as reformas na Constituição
-uma delas é a proposta chavista de instituir a reeleição
"indefinida", sem limite do número de mandatos.
Ao anunciar a substituição de
Chacón, Chávez citou a alta criminalidade no país e uma rebelião numa prisão do Estado de
Lara em que 16 presos acabaram mortos, no início desta semana. "É o resultado de falhas
na segurança interna e na infra-estrutura", afirmou.
Há algumas semanas, os dois
demitidos foram repreendidos
em público pelo presidente, por
falhas no protocolo da comemoração do aniversário da
morte de Simón Bolívar.
"Que vergonha a falta de
coordenação em um ato tão sublime como este!", disse na ocasião. "Quero recordar os responsáveis, fazer a eles um chamado público de atenção ao senhor vice-presidente e ao senhor ministro do Interior, que
não podem se justificar falhas
de nenhum tipo aqui. Como pode se justificar que, oito anos
depois, estejamos vendo aqui
um protocolo errático, vacilante e balbuciante?"
Rodríguez, 41, é psiquiatra e
filho de um líder da esquerda
assassinado nos anos 70. Foi
presidente do CNE (Conselho
Nacional Eleitoral) quando foi
realizado o referendo que confirmou a permanência de Chávez no poder em 2004 e sofreu
duras críticas da oposição por
sua suposta "parcialidade" -o
que ele sempre negou.
O deputado Carreño participou, ao lado de Chávez, da tentativa de golpe militar contra o
ex-presidente Carlos Andrés
Pérez, em fevereiro de 1992.
Foi preso, também ao lado de
Chávez, e acabou passando à
reserva em 2004.
Com agências internacionais
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