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Filho de refém e guerrilheiro é branco e tem problema no braço
DA REDAÇÃO
O nome dele é Emmanuel.
Sabe-se que ele tem três anos e
meio e que nasceu na selva. Sua
mãe é Clara Rojas, ex-candidata a vice-presidente da Colômbia, e seu pai é um dos guerrilheiros das Farc que mantêm
Rojas refém há cinco anos.
A existência de Emmanuel
veio a público em 2006, mas foram as revelações em abril passado, incluindo seu nome, obtidas de um policial que escapou
da guerrilha, que sacudiram
um país endurecido por uma
guerra aparentemente interminável. "Clara sofreu tanto",
disse John Frank Pinchao, que
fugiu após oito anos no cativeiro. "Ela pedia para ver o filho."
Pinchao virou o mundo da família de Rojas de ponta-cabeça.
Perguntas sobre os laços entre
Clara Rojas e o pai de Emmanuel, cuja identidade não é pública, estão sem respostas.
"Não sabemos se houve estupro, mas uma certeza é que
uma mulher em cativeiro é vulnerável", disse Olga Lucía Gómez, diretora de uma ONG de
apoio a vítimas de seqüestro.
Sabe-se que as Farc proíbem
intimidade física entre combatentes e seqüestrados. Pinchao
disse que há rumores de que o
pai da criança foi removido de
seu posto ou morto.
A existência do menino foi
um forte antecedente da operação para liberar três reféns da
guerrilha. Nos dias que a antecederam, a avó de Emmanuel,
Clara González de Rojas, mostrava presentes que daria ao
neto. A missão, que levava o nome do garoto, fracassou na virada do ano.
No dia 31, o presidente colombiano Álvaro Uribe lançou
a hipótese de que as Farc não
entregaram os reféns porque
Emmanuel estaria em uma instituição pública em Bogotá.
O menino que as provas de
DNA apontam ser o filho de
Clara Rojas chegou a um hospital com malária, desnutrido e
com outro nome: Juan David
Tapiero. Foi levado por um homem que depois confessou, segundo o jornal "El Tiempo",
que o Juan era "das Farc".
Antes do exame, outro aspecto já aproximava Juan David a
Emmanuel: um problema em
um dos braços. O policial Pinchao contou que, no parto, ele
teve um braço machucado.
Nesta semana, lembrou as
cenas. "Nos primeiros dias, o
menino esteve com mãe, mas
foi retirado do acampamento
por causa das condições. Não
havia onde esquentar a mamadeira e o choro dele incomodava os [demais reféns] que viviam com ela [Rojas], que eram
os políticos e os americanos". A
última vez que Pinchao viu
Emmanuel -que descreveu como de pele branca- foi no fim
de 2004. Seis meses depois, o
menino Juan David entrava
nos registros do Estado colombiano.
Com "New York Times" e agências internacionais
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