São Paulo, terça-feira, 05 de fevereiro de 2008

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Cidade da adversária, Chicago é Obama, mas também guarda manchas passadas

DO ENVIADO A CHICAGO

Apesar de a verdadeira filha da cidade ser Hillary Clinton, que nasceu aqui -Barack Obama é de Honolulu, no Havaí-, Chicago parece estar nas mãos do senador negro. Não só nas pesquisas (o "Chicago Tribune" dá uma vantagem de 55% das intenções de voto para ele, ante 24% da ex-primeira-dama).
De Z. Zariff, o barbeiro que ainda hoje corta o cabelo do político, à sorveteria Baskin Robbins da rua 53, onde ele deu o primeiro beijo na então namorada Michelle, passando pelo café Calypso, onde ele sempre pede a tilápia fresca, todos fecham com o pré-candidato.
"Ele vem aqui desde antes de ser famoso e continuou a freqüentar depois", disse à Folha Zariff, "40 e poucos anos", que há mais de uma década corta o cabelo de Obama na mesma cadeira do Hyde Park Hair Salon, em Hyde Park. É nesse bairro ao sul da cidade que o político mantém sua residência.
"Lembra-se do discurso dele na convenção democrata de 2000?", indaga o barbeiro, aludindo à primeira vez que o político ganhou atenção nacional. "Cortei o cabelo dele na véspera. Era mais armado e cacheado. Decidi que um político nacional tinha de ser mais aparado. Ele me disse apenas: "Faça o que você achar melhor, Zariff"."
Como prova, o barbeiro tem as fotos do "antes" e "depois". E os recibos: Obama continua pagando os US$ 20, como qualquer outro cliente. O sentimento do barbeiro ecoa em outras pessoas e estabelecimentos freqüentados por ele, como a pizzaria Capri, o restaurante Volois e a 57th Street Books, onde ele se abastece com livros de política.
Nem tudo, porém, são elogios. A casa em que mora, numa rua tranqüila do bairro, é motivo de polêmica. Obama a comprou de um empreiteiro de origem síria, Tony Rezko, que foi preso no mês passado, acusado de negócios fraudulentos. Teria pago menos do que o valor de mercado. O casal Obama é amigo do casal Rezko.
Assim como sua passagem pela capital do Estado, Springfield. Usando um expediente da legislatura local, o então senador estadual votou "presente" -em vez de "sim" ou "não"- em 129 projetos de lei. A prática rendeu uma frase de Hillary: "Um presidente não pode votar presente". (SD)


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