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Cidade da adversária, Chicago é Obama, mas também guarda manchas passadas
DO ENVIADO A CHICAGO
Apesar de a verdadeira filha
da cidade ser Hillary Clinton,
que nasceu aqui -Barack Obama é de Honolulu, no Havaí-,
Chicago parece estar nas mãos
do senador negro. Não só nas
pesquisas (o "Chicago Tribune"
dá uma vantagem de 55% das
intenções de voto para ele, ante
24% da ex-primeira-dama).
De Z. Zariff, o barbeiro que
ainda hoje corta o cabelo do político, à sorveteria Baskin Robbins da rua 53, onde ele deu o
primeiro beijo na então namorada Michelle, passando pelo
café Calypso, onde ele sempre
pede a tilápia fresca, todos fecham com o pré-candidato.
"Ele vem aqui desde antes de
ser famoso e continuou a freqüentar depois", disse à Folha
Zariff, "40 e poucos anos", que
há mais de uma década corta o
cabelo de Obama na mesma cadeira do Hyde Park Hair Salon,
em Hyde Park. É nesse bairro
ao sul da cidade que o político
mantém sua residência.
"Lembra-se do discurso dele
na convenção democrata de
2000?", indaga o barbeiro, aludindo à primeira vez que o político ganhou atenção nacional.
"Cortei o cabelo dele na véspera. Era mais armado e cacheado. Decidi que um político nacional tinha de ser mais aparado. Ele me disse apenas: "Faça o
que você achar melhor, Zariff"."
Como prova, o barbeiro tem
as fotos do "antes" e "depois". E
os recibos: Obama continua pagando os US$ 20, como qualquer outro cliente. O sentimento do barbeiro ecoa em outras pessoas e estabelecimentos freqüentados por ele, como
a pizzaria Capri, o restaurante
Volois e a 57th Street Books,
onde ele se abastece com livros
de política.
Nem tudo, porém, são elogios. A casa em que mora, numa rua tranqüila do bairro, é
motivo de polêmica. Obama a
comprou de um empreiteiro de
origem síria, Tony Rezko, que
foi preso no mês passado, acusado de negócios fraudulentos.
Teria pago menos do que o valor de mercado. O casal Obama
é amigo do casal Rezko.
Assim como sua passagem
pela capital do Estado, Springfield. Usando um expediente
da legislatura local, o então senador estadual votou "presente" -em vez de "sim" ou
"não"- em 129 projetos de lei.
A prática rendeu uma frase de
Hillary: "Um presidente não
pode votar presente".
(SD)
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