São Paulo, quinta-feira, 05 de março de 2009

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DEFESA

China planeja elevar gasto militar em 15% para US$ 70 bi

RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM

A China vai aumentar em 14,9% o Orçamento de suas Forças Armadas neste ano, segundo afirmou o porta-voz do Congresso Nacional do Povo, o Legislativo chinês, Li Zhaoxing. Com isso, a verba para a área deve superar os US$ 70 bilhões -ou 6,3% do gastos fiscais do ano.
O aumento é menor que os 17,6% de de 2008. Mas é muito superior à estimativa de crescimento do PIB chinês em 2009, de 6% a 8%.
Segundo Li, o maior gasto servirá para melhorar o tratamento das tropas, aumentar subsídios e salários, comprar equipamentos e construir instalações "que fortaleçam a habilidade das forças em defender nosso país na era da informação". O trabalho de resgate após desastres naturais, como o terremoto de Sichuan no ano passado, também será reforçado.
O porta-voz afirmou que o Orçamento das Forças Armadas chinesas é "modesto" se comparado ao de outros países -1,4% do PIB, enquanto os EUA gastam 4% do PIB e o Reino Unido, 2%. O Orçamento militar americano é de US$ 515 bilhões, 7,5% maior que em 2008.
"A limitada força militar da China é necessária sobretudo para garantir nossa soberania e nosso território. Não ameaça outros países", disse ele. Apesar da recente distensão, a China mantém mísseis apontados para Taiwan, tida por Pequim como Província rebelde e à qual os EUA vendem armas.
Li ressaltou que o governo chinês começou a apresentar um relatório anual sobre seus gastos militares à ONU em 2007. "Não temos gastos militares escondidos", disse. Militares americanos e asiáticos creem que o Orçamento militar chinês possa ter o dobro do valor oficial.
A presença militar chinesa pode ser mais requisitada neste ano. No Tibete e em Províncias vizinhas de grande população tibetana, o número de soldados aumentou para evitar protestos separatistas como os de 2008.
E além do temor de protestos sociais pelo crescimento do desemprego no país, outras duas datas preocupam a liderança comunista: os 20 anos do massacre de estudantes na Praça da Paz Celestial, em junho, e os 10 anos da proibição da seita Falun Gong.


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