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Obama muda licitações e ataca contratos de Defesa de Bush
Senado debate "comissão da verdade" para investigar governo de republicano
ANDREA MURTA
DE NOVA YORK
O presidente dos EUA, Barack Obama, ordenou ontem
reformas no sistema de contratação de empresas terceirizadas pelo governo que, estima,
poderão economizar US$ 40
bilhões anuais nos cofres públicos americanos. O principal alvo de críticas de desperdício e
fraude foram contratos do Departamento da Defesa.
"Os dias em que terceirizados da Defesa recebiam cheques em branco acabaram." Segundo Obama, os EUA vão,
além de parar de terceirizar
serviços que deveriam ser prestados pelo próprio governo,
abrir processos de licitação a
pequenas empresas e acabar
com contratos sem licitação caros e desnecessários.
O presidente americano citou especialmente contratos
feitos para serviços na Guerra
do Iraque pelo governo de
George W. Bush como exemplos de má gestão. Segundo ele,
os custos com contratos terceirizados -que podem ir de serviços de lavanderia até segurança privada- dobraram para
mais de US$ 500 bilhões nos oito anos do último governo.
A ação é parte da onda de revisões que Obama pretende fazer para conter a explosão do
déficit orçamentário do país
sob a crise, que deverá superar
US$ 1,75 trilhão neste ano fiscal, que termina em outubro.
Comissão da verdade
Em outra iniciativa crítica ao
governo anterior, o senador democrata Patrick Leahy, presidente da Comissão de Justiça
do Senado, propôs oficialmente
ontem criar uma comissão suprapartidária para investigar e
expor abusos cometidos sob
Bush em interrogatórios e detenções e desrespeito aos direitos civis na "guerra ao terror".
A ideia foi inicialmente rejeitada por legisladores republicanos, que temem que as averiguações caiam em disputas
partidárias ou deem muito poder a democratas.
A pressão pela chamada "comissão da verdade" cresceu
nesta semana após a divulgação
de nove memorandos secretos
que deram base legal aos principais excessos cometidos pelo
governo Bush -como tortura
em interrogatórios e escutas
telefônicas sem mandado dentro dos EUA. Mais textos devem ser divulgados em breve.
Leahy sugeriu que a comissão tenha poder para intimar
testemunhas e conceder imunidade judicial para eventuais
confissões. "Acredito que, para
restaurar nossa liderança moral, devemos admitir o que foi
feito em nosso nome. Não podemos virar a página até que tenhamos lido a página."
Para os simpatizantes da
ideia, os democratas ainda têm
como alternativa recorrer a caminhos mais tradicionais -como audiências partidárias no
Congresso. Os republicanos dizem preferir correr esse risco.
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