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Para economistas, cubano está certo ao alertar para fome
DA REDAÇÃO
Em artigo publicado na última edição da "Foreign Affairs",
os professores de economia C.
Ford Runge, da Universidade
McKnight, e Benjamin Senauer, da Universidade de Minnesota, defendem, como fez Fidel Castro na semana passada,
a tese de que a promoção da
produção de álcool encarecerá
os alimentos, prejudicando boa
parte da população do planeta,
especialmente os mais pobres.
Os professores vão além, afirmando que esse modelo de produção de energia é insustentável no longo prazo, por depender de subsídios e do uso cada
vez maior de novas terras para
a produção de grãos.
De acordo com o artigo, a demanda por milho para a produção de etanol nos EUA está fazendo com que agricultores
que plantam outros grãos, como arroz e trigo, estejam dedicando mais de seu terreno ao
plantio de milho, atraídos pela
alta dos preços do etanol.
Como conseqüência, a tendência de aumento da produção do etanol não só faz crescer
o preço de sua matéria-prima
como também o de bens que o
substituem como alimento.
Observando que, segundo o
Banco Mundial, cerca de 2,7 bilhões de pessoas viviam, em
2001, com uma renda de US$ 2
por dia, os autores do texto afirmam que, para essa gente, mesmo um aumento marginal no
preço dos alimentos pode ter
"efeitos devastadores".
Além disso, os autores argumentam que a idéia de que a
substituição de combustíveis
fósseis por etanol e biocombustíveis -que só pode ser limitada, nunca plena- seja um meio
de preservar o ambiente é equivocada. "A soja e especialmente
o milho são grãos cujo cultivo
contribui para a erosão do solo
e a poluição da água".
Qual a solução, então?
Para Runge e Senauer, os
EUA devem incentivar a economia de energia, em vez de
subsidiar a produção de grãos
para a produção de biocombustíveis, e promover o desenvolvimento de outras fontes energéticas, como a solar e a eólica.
Em um texto chamado "Castro was Right" (Castro estava
certo), a conservadora revista
britânica "Economist" desta
semana praticamente resume
os argumentos do artigo de
Runge e Senauer. Segundo a revista, "a oferta de comida (...)
está sendo desviada para alimentar os carros da América".
NA INTERNET - Leia a íntegra do artigo da "Foreign Affairs"
www.folha.com.br/070942
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