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Praias artificiais expõem as divisões de classe na Cidade do México
DA ASSOCIATED PRESS
Comentaristas ironizam, dizendo que os banhistas vão sufocar com a fumaça dos ônibus. Um esquete da TV mostra
um homem gorducho de sunga abrindo caminho no trânsito. O plano do prefeito da Cidade do México, Marcelo
Ebrard, de construir quatro
praias nesta capital 2.240 metros acima do nível do mar
vem sendo ironizado pelos ricos do México, que passam
suas férias em resorts reais.
Mas os partidários do prefeito do Partido da Revolução
Democrática, de esquerda,
saudaram as praias artificiais.
O escárnio com que o plano
foi recebido reflete as agudas
divisões de classe no México.
Os mexicanos ricos lotam as
praias de Cancún e Acapulco
no feriado da Semana Santa,
que dura duas semanas. Mas
milhões de outros mexicanos
ganham o salário mínimo de
US$ 4 por dia e não têm dinheiro para sair de férias.
Centenas de famílias lotaram a primeira praia, aberta
nesta semana na zona sul da
cidade. "Isto aqui é a melhor
coisa que fazem na Cidade do
México em muito tempo", comentou Anaberta Castillo, 32
anos, enquanto seus seis filhos
brincavam na areia.
O plano foi inspirado nas
praias artificiais construídas
em capitais européias. Ebrard
diz que as praias da Cidade do
México serão construídas perto de lagos e piscinas em quatro parques. A areia foi trazida
do Estado de Veracruz, e o
projeto, afirma o prefeito, custará menos de US$ 200 mil.
"Não sei por que algumas
pessoas estão tão irritadas",
disse Ebrard. "Não custa muito adaptar espaços para que as
pessoas se divirtam. Para
quem não quer usar a praia, a
idéia pode ser ruim. Para a
maioria do povo, é ótima."
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