São Paulo, quinta-feira, 05 de abril de 2007

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Praias artificiais expõem as divisões de classe na Cidade do México

DA ASSOCIATED PRESS

Comentaristas ironizam, dizendo que os banhistas vão sufocar com a fumaça dos ônibus. Um esquete da TV mostra um homem gorducho de sunga abrindo caminho no trânsito. O plano do prefeito da Cidade do México, Marcelo Ebrard, de construir quatro praias nesta capital 2.240 metros acima do nível do mar vem sendo ironizado pelos ricos do México, que passam suas férias em resorts reais.
Mas os partidários do prefeito do Partido da Revolução Democrática, de esquerda, saudaram as praias artificiais.
O escárnio com que o plano foi recebido reflete as agudas divisões de classe no México. Os mexicanos ricos lotam as praias de Cancún e Acapulco no feriado da Semana Santa, que dura duas semanas. Mas milhões de outros mexicanos ganham o salário mínimo de US$ 4 por dia e não têm dinheiro para sair de férias.
Centenas de famílias lotaram a primeira praia, aberta nesta semana na zona sul da cidade. "Isto aqui é a melhor coisa que fazem na Cidade do México em muito tempo", comentou Anaberta Castillo, 32 anos, enquanto seus seis filhos brincavam na areia.
O plano foi inspirado nas praias artificiais construídas em capitais européias. Ebrard diz que as praias da Cidade do México serão construídas perto de lagos e piscinas em quatro parques. A areia foi trazida do Estado de Veracruz, e o projeto, afirma o prefeito, custará menos de US$ 200 mil.
"Não sei por que algumas pessoas estão tão irritadas", disse Ebrard. "Não custa muito adaptar espaços para que as pessoas se divirtam. Para quem não quer usar a praia, a idéia pode ser ruim. Para a maioria do povo, é ótima."


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