São Paulo, sexta-feira, 05 de junho de 2009

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Em crise, Cuba troca comando do Banco Central após 15 anos

DA REDAÇÃO

Em meio ao noticiário que comemorava como "grande vitória" a anulação da suspensão de Cuba da OEA, a TV estatal da ilha noticiou ontem à noite troca no comando do Banco Central cubano. A saída de Francisco Soberón ocorre quando o país comunista enfrenta a maior crise econômica desde o fim da União Soviética.
Segundo a nota do governo, Soberón, que também deixará cargos na cúpula do partido, pediu a renúncia para se dedicar a pesquisa acadêmica. O texto destacou sua lealdade -à diferença de março, quando dois ex-altos dirigentes tiveram de pedir desculpas públicas após deixarem os cargos. Ele estava no cargo há 15 anos.
O sucessor de Soberón será o economista Ernesto Medina, que dirigia um Banco Financeiro Internacional. Ele terá uma tarefa delicada: enfrentar a crise nas contas externas que fez com que Cuba controlasse nos últimos meses as contas conversíveis em divisas de empresas estrangeiras.
Há duas semanas, o jornal oficial "Granma", atribuiu ao ex-chefe do BC a palavra de ordem "Economizar ou Morrer", variação do lema histórico "Pátria ou Morte", por causa da crise. Cuba, que já sofre apagões, raciona energia e reduziu o transporte público.

Grande vitória
O presidente do Parlamento, Ricardo Alarcón, comemorou a decisão da OEA como uma "grande vitória" do país. Ele reiterou que o governo não quer voltar à entidade, mas elogiou a "receptividade" da secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, em Honduras.
À diferença do ex-ditador Fidel Castro, que dias atrás chamara Hillary de "prepotente" por cobrar reformas democráticas na ilha, Alarcón disse que ela soube reconhecer a "flexibilidade" dos negociadores.
Os jornais oficiais publicaram a íntegra da decisão da OEA. O "Granma" titulou: "Fidel e o povo cubano foram absolvidos pela história".

Com agências internacionais



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