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Em crise, Cuba troca comando do Banco Central após 15 anos
DA REDAÇÃO
Em meio ao noticiário que
comemorava como "grande vitória" a anulação da suspensão
de Cuba da OEA, a TV estatal da
ilha noticiou ontem à noite troca no comando do Banco Central cubano. A saída de Francisco Soberón ocorre quando o
país comunista enfrenta a
maior crise econômica desde o
fim da União Soviética.
Segundo a nota do governo,
Soberón, que também deixará
cargos na cúpula do partido,
pediu a renúncia para se dedicar a pesquisa acadêmica. O
texto destacou sua lealdade -à
diferença de março, quando
dois ex-altos dirigentes tiveram
de pedir desculpas públicas
após deixarem os cargos. Ele
estava no cargo há 15 anos.
O sucessor de Soberón será o
economista Ernesto Medina,
que dirigia um Banco Financeiro Internacional. Ele terá uma
tarefa delicada: enfrentar a crise nas contas externas que fez
com que Cuba controlasse nos
últimos meses as contas conversíveis em divisas de empresas estrangeiras.
Há duas semanas, o jornal
oficial "Granma", atribuiu ao
ex-chefe do BC a palavra de ordem "Economizar ou Morrer",
variação do lema histórico "Pátria ou Morte", por causa da crise. Cuba, que já sofre apagões,
raciona energia e reduziu o
transporte público.
Grande vitória
O presidente do Parlamento,
Ricardo Alarcón, comemorou a
decisão da OEA como uma
"grande vitória" do país. Ele
reiterou que o governo não
quer voltar à entidade, mas elogiou a "receptividade" da secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, em Honduras.
À diferença do ex-ditador Fidel Castro, que dias atrás chamara Hillary de "prepotente"
por cobrar reformas democráticas na ilha, Alarcón disse que
ela soube reconhecer a "flexibilidade" dos negociadores.
Os jornais oficiais publicaram a íntegra da decisão da
OEA. O "Granma" titulou: "Fidel e o povo cubano foram absolvidos pela história".
Com agências internacionais
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