|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Governo turco sobe o tom contra Israel
Premiê Erdogan acusa o Estado judaico de violar o mandamento bíblico "não matarás" em ataque contra frota
Embaixador nos EUA afirma que as relações com Israel podem ser rompidas se país não se desculpar por ataque
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Em hebraico, o premiê da
Turquia, Recep Tayyp Erdogan, acusou ontem Israel de
ter desobedecido um mandamento bíblico ao matar nove
ativistas de origem turca no
ataque a uma frota humanitária de segunda-feira.
"Estou falando com eles
na sua língua. O sexto mandamento diz: "não matarás".
Não entendeu? Digo de novo.
Digo em inglês: "thou shall
not kill". Ainda não? Então eu
falo em sua própria língua.
Falo em hebraico: "lo tirtzakh'", afirmou, em discurso
a correligionários.
O ataque militar israelense
aos ativistas distendeu ao extremo as relações bilaterais.
Ontem, o embaixador da
Turquia em Washington, Namik Tan, disse que os laços
poderão ser cortados se Israel não atender a três exigências: pedir desculpas em
público, aceitar uma investigação independente e encerrar o seu bloqueio a Gaza.
"Não queremos chegar a
esse ponto, mas o governo
pode ser forçado", explicou
Tan, citando pressão da população turca. "Não há amigo melhor para Israel na região que a Turquia", disse.
Na Turquia, em entrevista
à TV, o vice-premiê Bulent
Arinc levantou a possibilidade de reduzir gradativamente as relações bilaterais até o
menor grau possível e pediu
que acordos militares e econômicos sejam reavaliados.
O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, disse na
quarta-feira que a frota atacada "não era de paz", e sim
de "apoiadores do terror".
Desde o ataque à frota, Ancara tirou o seu embaixador
de Israel e cancelou exercícios militares conjuntos.
HAMAS
Nas declarações, Erdogan
ainda saiu em defesa do Hamas, que controla Gaza. Ele
disse que seus membros são
"combatentes da resistência
em defesa da sua terra", e
não terroristas, como os classificam Israel e os EUA. "Eles
venceram a eleição e agora
estão nas prisões de Israel."
Ontem, a polícia israelense intimou quatro legisladores do Hamas que vivem em
Jerusalém Oriental e representam a cidade no Legislativo palestino a deixar o Estado judaico em um mês, sob
pena de serem expulsos.
Os quatro foram presos em
2006, ao lado de diversos outros partidários suspeitos do
sequestro do cabo israelense
Gilad Shalit -ainda cativo.
Texto Anterior: Clóvis Rossi: A força, o idioma de Israel Próximo Texto: Entrevista: "Ancara vê chance de aumentar sua projeção regional" Índice
|