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ORIENTE MÉDIO
Israel pode soltar presos
Após protesto em Gaza, Mazen vê líder do Jihad
DA REDAÇÃO
O premiê palestino, Mahmoud
Abbas, mais conhecido como
Abu Mazen, reuniu-se ontem
com líderes do grupo terrorista Jihad Islâmico, numa tentativa de
acalmar os ânimos e preservar o
cessar-fogo declarado na semana
passada por Hamas, Jihad Islâmico e Fatah.
Anteontem, após a prisão de
três membros do pouco conhecido grupo Comitês de Resistência
Popular Palestina, acusados de
disparar morteiros contra uma
colônia judaica em Gaza, centenas de palestinos protestaram
com tiros para o alto diante das
casas de Mazen e de seu chefe de
segurança, Mohammed Dahlan.
Israel pressiona Mazen a combater os grupos terroristas, mas as
reações de anteontem aumentaram os temores de que ocorra
uma guerra civil caso a Autoridade Nacional Palestina (ANP) use a
força para desarmá-los.
O desmantelamento dos grupos
terroristas é uma exigência do
plano de paz para a região, relançado no mês passado, com o
apoio dos EUA. O plano prevê o
estabelecimento de um Estado
palestino independente até 2005.
Para tentar convencer a opinião
pública palestina, reticente sobre
os benefícios da trégua, Mazen
quer que Israel liberte o mais rápido possível o maior número de
presos. O país já deixou Belém e o
norte de Gaza nesta semana.
Os grupos terroristas exigem a
libertação de todos os cerca de
6.000 presos palestinos-dos
quais 1.600 já estavam presos antes da Intifada (levante palestino
contra a ocupação israelense, iniciado em setembro de 2000).
Dirigentes do Jihad Islâmico
classificaram a reunião de ontem
com Mazen de "positiva e séria" e
indicaram uma flexibilização de
sua posição. Mohammed al Hindi, líder do grupo, disse que fará
uma lista com prisioneiros cuja libertação considera prioritária.
Segundo fontes do governo israelense, centenas de prisioneiros
podem ser libertados amanhã. O
Shin Bet (serviço de segurança interna de Israel) deve apresentar
ao premiê Ariel Sharon duas listas, uma com os prisioneiros que
podem ser libertados e outra com
os nomes daqueles que devem
continuar detidos.
Em uma entrevista para a TV israelense, Dahlan pediu a libertação imediata de 416 prisioneiros
que cumprem penas longas, dizendo que isso seria importante
para garantir a trégua.
Israel já havia libertado 53 prisioneiros anteontem, mas o Jihad
Islâmico e o Hamas classificaram
a ação de "cosmética". Mazen já
disse que a libertação de "milhares" de detidos é fundamental para a manutenção da trégua.
Com agências internacionais
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