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São Paulo, sábado, 05 de julho de 2003

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ORIENTE MÉDIO

Israel pode soltar presos

Após protesto em Gaza, Mazen vê líder do Jihad

DA REDAÇÃO

O premiê palestino, Mahmoud Abbas, mais conhecido como Abu Mazen, reuniu-se ontem com líderes do grupo terrorista Jihad Islâmico, numa tentativa de acalmar os ânimos e preservar o cessar-fogo declarado na semana passada por Hamas, Jihad Islâmico e Fatah.
Anteontem, após a prisão de três membros do pouco conhecido grupo Comitês de Resistência Popular Palestina, acusados de disparar morteiros contra uma colônia judaica em Gaza, centenas de palestinos protestaram com tiros para o alto diante das casas de Mazen e de seu chefe de segurança, Mohammed Dahlan.
Israel pressiona Mazen a combater os grupos terroristas, mas as reações de anteontem aumentaram os temores de que ocorra uma guerra civil caso a Autoridade Nacional Palestina (ANP) use a força para desarmá-los.
O desmantelamento dos grupos terroristas é uma exigência do plano de paz para a região, relançado no mês passado, com o apoio dos EUA. O plano prevê o estabelecimento de um Estado palestino independente até 2005. Para tentar convencer a opinião pública palestina, reticente sobre os benefícios da trégua, Mazen quer que Israel liberte o mais rápido possível o maior número de presos. O país já deixou Belém e o norte de Gaza nesta semana.
Os grupos terroristas exigem a libertação de todos os cerca de 6.000 presos palestinos-dos quais 1.600 já estavam presos antes da Intifada (levante palestino contra a ocupação israelense, iniciado em setembro de 2000).
Dirigentes do Jihad Islâmico classificaram a reunião de ontem com Mazen de "positiva e séria" e indicaram uma flexibilização de sua posição. Mohammed al Hindi, líder do grupo, disse que fará uma lista com prisioneiros cuja libertação considera prioritária.
Segundo fontes do governo israelense, centenas de prisioneiros podem ser libertados amanhã. O Shin Bet (serviço de segurança interna de Israel) deve apresentar ao premiê Ariel Sharon duas listas, uma com os prisioneiros que podem ser libertados e outra com os nomes daqueles que devem continuar detidos.
Em uma entrevista para a TV israelense, Dahlan pediu a libertação imediata de 416 prisioneiros que cumprem penas longas, dizendo que isso seria importante para garantir a trégua.
Israel já havia libertado 53 prisioneiros anteontem, mas o Jihad Islâmico e o Hamas classificaram a ação de "cosmética". Mazen já disse que a libertação de "milhares" de detidos é fundamental para a manutenção da trégua.


Com agências internacionais


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