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EUROPA
Premiê diz ter sido ofendido
Berlusconi diz que não se desculpou a Schröder
DA REDAÇÃO
O premiê italiano, Silvio Berlusconi, disse ontem que não pedira
desculpas em conversa com o
chanceler (premiê) alemão, Gerhard Schröder, anteontem, sobre
sua afirmação, feita na quarta-feira, de que um deputado alemão
deveria fazer o papel de um nazista em um filme. Ele disse que só
lamentava que sua "brincadeira"
tivesse sido "mal interpretada".
Em uma entrevista após presidir a primeira reunião da Comissão Européia (órgão executivo da
União Européia) desde que a Itália assumiu a presidência do bloco, na terça-feira, Berlusconi afirmou que ele é que fora ofendido
por Martin Schulz, deputado alemão no Parlamento europeu.
A afirmação de Berlusconi sobre Schulz foi feita após o deputado lhe questionar sobre o conflito
de interesses entre seu cargo público e seu domínio de grande
parte da mídia italiana. Ele também questionou uma declaração
recente do ministro italiano das
Reformas Institucionais, Umberto Bossi, sugerindo que os barcos
com imigrantes ilegais fossem recebidos com tiros de canhão na
costa italiana.
"Eu não pedi desculpas", disse
Berlusconi. "Pelo contrário, eu
enfatizei claramente que eu me
senti ofendido pelas graves palavras que foram dirigidas não somente a mim, mas a meu país."
"Eu acrescentei que, se alguém
interpretou algo que deveria ser
uma ironia como um dano aos
sentimentos profundos de um
país, eu lamentava muito", disse.
"Mas eu não me desculpei."
O governo alemão havia dito,
anteontem à tarde, que Berlusconi havia se desculpado durante
conversa telefônica com Schröder
e que considerava o caso encerrado. "Para nós, o gesto foi próximo
a uma desculpa", afirmou ontem
o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Joschka Fischer. "O que queremos é o sucesso da presidência italiana [da UE],
no interesse da Europa", disse.
Berlusconi também disse que
não pretende se desculpar no Parlamento europeu pelo ocorrido.
"A situação é a mesma", disse.
O premiê italiano disse que havia expressado seu "profundo
respeito" pelo Parlamento europeu, mas que foi ofendido, como
seu convidado. "Eu lamento se isso pode ter ferido a sensibilidade
de alguém, mas essas sensibilidades não podem ser dessa forma."
O irlandês Pat Cox, presidente
do Parlamento europeu, disse que
esperava escutar de Berlusconi
um esclarecimento sobre a situação. Schulz também pediu ontem
que Berlusconi se retrate no Parlamento, mas afirmou que não
pedirá desculpas pelos seus próprios comentários.
Com agências internacionais
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