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CENSURA
Conservadores reagiram à "ênfase negativa"
Sob pressão, TV desiste de série sobre Reagan
DA REDAÇÃO
A rede de TV americana CBS
desistiu ontem de veicular a série "The Reagans". A decisão foi
provocada por pressões do Partido Republicano e de grupos
conservadores, preocupados,
segundo o jornal "The New
York Times", com os efeitos políticos de um retrato crítico do
ex-presidente.
Ronald Reagan, 92, presidente
entre 1981 e 1989, sofre de mal de
Alzheimer e está há anos confinado em sua casa, na Califórnia.
A série, com quatro horas de
duração, iria ao ar nos próximos
dias 16 e 18. Em lugar da CBS, rede aberta de grande audiência,
será veiculada em data indefinida no canal pago Showtime.
Michael Reagan, filho do ex-presidente, ficou "escandalizado" por um trecho em que seu
pai usava palavrões e citava indevidamente o nome de Deus.
A série apresenta um Reagan
submisso à mulher, Nancy, e insensível às vítimas da Aids. "Os
que vivem no pecado morrerão
assim", diz ele na versão fictícia.
O presidente do Partido Republicano, Ed Gillespie, pediu que
o programa fosse visto por uma
comissão. O golpe decisivo veio
da entidade conservadora Media Research Center, que pediu
um boicote de anunciantes.
O papel de Reagan é interpretado por James Brolin, marido
da cantora Barbara Streisand,
antiga rival do ex-presidente.
A CBS tentou salvar a série
com cortes, como o da frase sobre a Aids, mas recuou. Segundo
Marc Christian, ex-amante do
ator Rock Hudson, que morreu
de Aids, Reagan não disse a frase. Ele conta que o então presidente, ex-ator, falou com Hudson dias antes de ele morrer.
Com agências internacionais
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