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São Paulo, quarta-feira, 05 de novembro de 2003

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CENSURA

Conservadores reagiram à "ênfase negativa"

Sob pressão, TV desiste de série sobre Reagan

DA REDAÇÃO

A rede de TV americana CBS desistiu ontem de veicular a série "The Reagans". A decisão foi provocada por pressões do Partido Republicano e de grupos conservadores, preocupados, segundo o jornal "The New York Times", com os efeitos políticos de um retrato crítico do ex-presidente.
Ronald Reagan, 92, presidente entre 1981 e 1989, sofre de mal de Alzheimer e está há anos confinado em sua casa, na Califórnia.
A série, com quatro horas de duração, iria ao ar nos próximos dias 16 e 18. Em lugar da CBS, rede aberta de grande audiência, será veiculada em data indefinida no canal pago Showtime.
Michael Reagan, filho do ex-presidente, ficou "escandalizado" por um trecho em que seu pai usava palavrões e citava indevidamente o nome de Deus.
A série apresenta um Reagan submisso à mulher, Nancy, e insensível às vítimas da Aids. "Os que vivem no pecado morrerão assim", diz ele na versão fictícia.
O presidente do Partido Republicano, Ed Gillespie, pediu que o programa fosse visto por uma comissão. O golpe decisivo veio da entidade conservadora Media Research Center, que pediu um boicote de anunciantes.
O papel de Reagan é interpretado por James Brolin, marido da cantora Barbara Streisand, antiga rival do ex-presidente.
A CBS tentou salvar a série com cortes, como o da frase sobre a Aids, mas recuou. Segundo Marc Christian, ex-amante do ator Rock Hudson, que morreu de Aids, Reagan não disse a frase. Ele conta que o então presidente, ex-ator, falou com Hudson dias antes de ele morrer.


Com agências internacionais

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