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CIA proíbe a torturados relatar sobre suas torturas
SCOTT SHANE
DO "NEW YORK TIMES"
A CIA, agência americana de
inteligência, comunicou a um
tribunal federal que prisioneiros suspeitos de pertencerem à
Al Qaeda não estavam autorizados a relatar "métodos alternativos de interrogatório" a
que tenham sido submetidos
em prisões clandestinas de países estrangeiros.
Essa determinação significa,
sem eufemismos, que a CIA
proíbe que os torturados relatem a tortura que os vitimou.
A instrução consta dos documentos do dossiê de Majid
Khan, cidadão paquistanês que
está entre os 14 chamados "prisioneiros de alto valor", recentemente transferidos para a
prisão que os Estados Unidos
mantêm em Guantánamo.
O Ministério da Justiça americano e a CIA disseram que
Kahn, caso relate detalhes do
tratamento que recebeu, "provocaria danos extremamente
graves à segurança nacional".
Funcionária da CIA diz que
revelações sobre os interrogatórios levariam grupos terroristas a treinar militantes para
resistir aos interrogadores.
Os documentos da CIA foram revelados na sexta à noite
pelo site do "Washington Post"
e afirmam, ainda, que os prisioneiros não podem dizer em
qual país foram interrogados
para não criarem uma situação
delicada aos governos locais.
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