São Paulo, domingo, 05 de novembro de 2006

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CIA proíbe a torturados relatar sobre suas torturas

SCOTT SHANE
DO "NEW YORK TIMES"

A CIA, agência americana de inteligência, comunicou a um tribunal federal que prisioneiros suspeitos de pertencerem à Al Qaeda não estavam autorizados a relatar "métodos alternativos de interrogatório" a que tenham sido submetidos em prisões clandestinas de países estrangeiros.
Essa determinação significa, sem eufemismos, que a CIA proíbe que os torturados relatem a tortura que os vitimou.
A instrução consta dos documentos do dossiê de Majid Khan, cidadão paquistanês que está entre os 14 chamados "prisioneiros de alto valor", recentemente transferidos para a prisão que os Estados Unidos mantêm em Guantánamo.
O Ministério da Justiça americano e a CIA disseram que Kahn, caso relate detalhes do tratamento que recebeu, "provocaria danos extremamente graves à segurança nacional".
Funcionária da CIA diz que revelações sobre os interrogatórios levariam grupos terroristas a treinar militantes para resistir aos interrogadores.
Os documentos da CIA foram revelados na sexta à noite pelo site do "Washington Post" e afirmam, ainda, que os prisioneiros não podem dizer em qual país foram interrogados para não criarem uma situação delicada aos governos locais.


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