São Paulo, quarta-feira, 05 de dezembro de 2007

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Governo da Colômbia quer Sarkozy em reunião com as Farc

Emissário de Uribe pedirá a francês que acompanhe negociação com guerrilheiros por soltura de reféns; Paris, por enquanto, diz que avaliará a proposta

DA REDAÇÃO

O governo colombiano pedirá ao presidente francês, Nicolas Sarkozy, que participe de uma reunião na Colômbia com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) para tratar da libertação de 45 reféns em troca de 500 guerrilheiros presos.
A decisão de convidar Sarkozy foi comunicada pelo presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, aos membros da sua Comissão de Paz, com quem ele se reuniu ontem pela manhã.
Com a medida, o governo colombiano busca retomar com o grupo guerrilheiro o processo de negociações, truncado depois do fim da intermediação do presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
Para fazer o convite oficial a Sarkozy, o alto comissário para a Paz da Colômbia, Luis Carlos Restrepo, viajaria ontem à noite para Paris. No entanto, atendendo a um pedido do governo francês -que alegou problemas de agenda-, Restrepo adiou a sua viagem para uma data ainda indefinida.
A França já disse que vai estudar a proposta. De acordo com um alto funcionário do governo francês ouvido pela agência France Presse, Sarkozy não quer correr o risco de se precipitar. Por isso, o presidente levará o tempo que for necessário para se decidir.

Benefícios a guerrilheiros
Ontem, Restrepo anunciou que o governo colombiano apresentou ao Congresso um projeto de lei para oferecer benefícios jurídicos a guerrilheiros que negociarem a libertação de reféns. Segundo ele, o projeto determina a soltura de guerrilheiros ou a suspensão das penas para os que colaborarem nas negociações.
Em contrapartida, o governo vai exigir que os rebeldes soltos não retornem para as atividades de guerrilha. O texto não menciona a criação de uma zona desmilitarizada, medida reivindicada pelas Farc.
Restrepo disse que o governo já elaborou um rascunho do projeto e "só faltam os nomes dos guerrilheiros que obteriam o benefício".
Sobre a participação da França na negociação, afirmou que não pedirá a mediação do país, mas sim que eles acompanhem o processo. "Não consideramos pertinentes mais facilitadores nem mediadores, o governo toma diretamente em suas mãos a solução desse problema", disse o comissário.
Restrepo ainda afirmou estar disposto a se encontrar com as Farc na data e no local que o grupo definir.
A iniciativa de Uribe de negociar diretamente com as Farc ocorre duas semanas depois de ele ter afastado Chávez da mediação, em medida que causou uma crise diplomática com o país vizinho.

Reféns
Entre os 45 reféns que Uribe tenta libertar estão a ex-candidata presidencial franco-colombiana Ingrid Betancourt e três norte-americanos. Na sexta, o governo colombiano apreendeu provas de vidas dos quatro, além das de outros 13 seqüestrados.
Ontem, segundo o diário "El Tiempo", o presidente dos EUA, George W. Bush, telefonou para Uribe para saber detalhes das provas de vida e das condições dos reféns.


Com agências internacionais


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