São Paulo, segunda-feira, 06 de janeiro de 2003

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Israel testa mísseis contra ataques iraquianos

DA ASSOCIATED PRESS

Israel fez ontem o maior teste promovido até agora com o sistema antimíssil Arrow, numa simulação à intercepção de foguetes que poderiam tomar como alvo o seu território, em caso de um possível ataque do Iraque.
Nos nove testes anteriores, um único míssil era lançado e destruído em vôo, para simular proteção à penetração do espaço aéreo israelense por um engenho inimigo. Desta vez, no entanto, muitos mísseis -o número exato não foi revelado pelos militares- foram lançados e "interceptados" simultaneamente.
Testemunhas relataram que os mísseis decolavam da base aérea de Palmachim, ao sul de Tel Aviv, sendo destruídos ao sobrevoarem o Mediterrâneo. O exercício foi acompanhado por especialistas norte-americanos, o que caracterizaria a vontade conjunta de demonstrar a Saddam Hussein que um possível ataque seria contido com meios de alta tecnologia.
Israel trabalha com a hipótese de que o Iraque poderá tentar atingi-lo por meio de mísseis Scud, numa resposta às ações que sofreria por parte dos Estados Unidos.
Em 1991, quando da Guerra do Golfo, foi esse o comportamento de Saddam, que lançou 39 Scuds com explosivos convencionais sobre Israel. Eles provocaram grandes danos materiais e pânico, mas poucas vítimas.
Segundo o governo israelense, o exercício de ontem foi dissuasivo. Os testes também podem ser um indício de que os EUA atacarão o Iraque em breve.
Antes dos exercícios, o comandante da Aeronáutica israelense, general Dan Halutz, declarou à emissora militar de rádio que a capacidade de o Iraque atingir Israel "é muito limitada", embora não se possam excluir surpresas.
O Arrow (flecha, em português) é o mais avançado sistema de defesa do gênero. Ele foi concebido pelos Estados Unidos, que gastou no projeto cerca de US$ 2 bilhões. Permite a destruição de mísseis agressores quando eles estão ainda distantes do alvo, a uma altura de 50 quilômetros.
Em 1991 Israel dispunha de mísseis Patriot, também norte-americanos e capazes de destruir foguetes inimigos apenas bem mais próximos do solo. Mas eles se tornaram um dispositivo de defesa falho contra os Scuds.
Binyamin Ben-Eliezer, ex-ministro da defesa de Israel, declarou ontem que os Estados Unidos, em caso de guerra com o Iraque, deverão numa de suas primeiras incursões destruir mísseis iraquianos, de forma a impedir que eles sejam disparados contra Israel.



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