São Paulo, segunda-feira, 06 de janeiro de 2003

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FIM DE FÉRIAS

Presidente também precisará lidar com a Coréia do Norte e reduzir impostos para injetar US$ 600 bi na economia

Bush volta a Washington com Saddam na agenda

DA REDAÇÃO

O presidente George W. Bush pôs fim ontem a suas férias de dez dias no Texas e voltou para Washington com três questões importantes em sua agenda: a chamada ameaça do Iraque, as ambições nucleares da Coréia do Norte e o desempenho insatisfatório da economia americana.
"Ao voltar a despachar na Casa Branca, ele continuará a priorizar a guerra ao terrorismo, a defesa do solo americano e o fortalecimento da economia", disse a porta-voz Claire Buchan.
Janeiro terminará com o relatório das Nações Unidas sobre a inspeção de armas no Iraque e com o discurso de Bush sobre o estado da União, manifestação institucionalmente importante, feita uma vez por ano no Congresso.
Depois de cancelar uma viagem que faria este mês à África, o presidente também detalha o projeto de injetar US$ 600 bilhões na economia norte-americana.
Ele deverá hoje se reunir com integrantes do governo para discutir esse plano destinado a reduzir impostos a um patamar inferior ao prometido em 2001.
Analistas acreditam que a ambição de Bush em se reeleger dependem hoje do bom desempenho econômico, neutralizando as críticas de seus adversários democratas, que batem com razão na tecla do desemprego crescente e da queda no valor das ações.
O pai do atual presidente, George Bush, não conseguiu se reeleger em razão da crise econômica, e isso apesar da popularidade que obteve ao derrotar o Iraque na Guerra do Golfo (1991).
Agora, "George W." procura manter a ofensiva no plano militar, intensificando a presença de contingentes ao redor do Iraque. "Essa guerra, a exemplo das outras, não será vencida se nos mantivermos na defensiva", disse em discurso na base de Fort Hood, sexta-feira. O presidente estava se referindo à guerra ao terrorismo, vinculando-a ao suposto programa nuclear e de armas químicas e biológicas desenvolvido pelo ditador iraquiano Saddam Hussein.
Bush declarou que os Estados Unidos estavam prontos a derrotar o Iraque, caso Saddam prossiga a desafiar as pressões para interromper tais programas bélicos.
Analistas militares acreditam que Bush está em contagem regressiva para definir se toma ou não a iniciativa de atacar o Iraque, já que a partir de fevereiro o calor na região se torna intenso, dificultando combater no deserto.
Em 27 de janeiro, os inspetores da ONU que se encontram no Iraque submeterão o relatório no qual dirão se o Iraque ainda possui arsenais de armas proibidas.
No dia seguinte, em 28 de janeiro, Bush fará seu discurso anual no Congresso americano e poderá, então, anunciar seus planos em relação ao Iraque.
Com relação à Coréia do Norte, Bush tem sido mais discreto. Em seu discurso de 20 minutos em Fort Hood, ele reservou à questão coreana uma única frase, dizendo que a tensão deveria baixar por meio de pressões diplomáticas.
Disse ainda que continuaria a negociar com parceiros -Rússia, China, Coréia do Sul- para pressionar aquele país comunista por meio de sanções econômicas e políticas. Por enquanto, os EUA descartam uma ação militar.


Com agências internacionais


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