DA REDAÇÃO

Um cidadão alemão de 31 anos sequestrou um avião monomotor e teria ameaçado atirá-lo contra a sede do Banco Central Europeu, situado no centro de Frankfurt (oeste da Alemanha), área conhecida na cidade como Manhattan devido aos arranha-céus.
O sequestrador -cuja identidade não foi revelada mas que foi chamado pela polícia de Steven- foi forçado a aterrissar por jatos militares e um helicóptero da polícia e imediatamente preso.
O aeroporto da cidade, um dos mais centrais e movimentados da Europa, foi fechado por cerca de 90 minutos. Também houve interdição de ruas e pontes e a evacuação de vários prédios do maior centro financeiro da Alemanha. Se o episódio houvesse ocorrido em dia útil, teria causado prejuízos ao mercado financeiro internacional, que tem em Frankfurt um de seus pilares.
O Banco Central Europeu, cuja torre tem 148 metros de altura, administra o euro e as taxas de juros nos 12 países em que a moeda única européia circula.
A confusão foi ainda maior em razão da suspeita, finalmente não confirmada, de que se tratava de uma operação terrorista, apesar da aeronave ser pequena e ter reduzida capacidade de destruição.
A polícia alemã acredita que tudo não passou do ato isolado de alguém com problemas psíquicos agudos. "Ele está obviamente sofrendo de uma total perda de senso da realidade", disse o chefe da polícia, Harald Weiss-Bollandt.
Segundo uma das redes públicas da TV alemã, o cidadão, que estava armado, sequestrou o Cessna quando ele preparava-se para decolar às 14h55 (11h55, em Brasília) do campo de aviação Babenhausen, destinado a aeronaves de lazer. O piloto teria sido forçado a deixar a aeronave.
Tão logo levantou vôo, o sequestrador comunicou-se com a torre do Aeroporto de Frankfurt. Indagado, respondeu não ser terrorista e disse que iria destruir uma única vida, a sua própria. Em seguida pediu que o colocassem em contato com a rede de notícias CNN, no que não foi atendido.
Mais tarde, ele foi abordado por jatos militares e um helicóptero da polícia e acabou aterrissando por volta das 17h11 (14h11 em Brasília) quando a pequena aeronave estava ficando sem combustível.
O sequestrador disse que pretendia homenagear a memória de uma astronauta norte-americana que morreu em 1986, na explosão do ônibus espacial Challenger. "Quero que não se esqueçam de Judith Resnik", disse. Referiu-se a ela como a primeira mulher judia a decolar rumo ao espaço.
Não é a primeira vez que pequenas aeronaves ameaçam arranha-céus desde os atentados terroristas de 11 de setembro nos EUA.
Há um ano, em 5 de janeiro de 2002, um estudante de 15 anos, Charles Bishop, furtou um monomotor Cessna e o atirou contra o 20º andar do Bank of America, em Tampa (Flórida).
Em abril, um monomotor Piper foi jogado contra o prédio da Pirelli, em Milão, desencadeando um incêndio que matou o piloto e três outras pessoas.